Você já foi a Olinda? Não? Então vá!

Por Adriana Setti Atualizado em 3 jun 2024, 18h00 - Publicado em 3 jun 2024, 17h58

Não me conformo como Olinda pode ser tão subestimada pelos turistas brasileiros. Declarado Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela Unesco em 1982, o centro histórico dessa cidade pernambucana, coladinha em Recife, é um dos destinos mais interessantes do Brasil e, provavelmente, de toda a América Latina. Olinda faz o seu sangue ferver, quente, vibrante, colorida, explosiva, levemente caótica. A musicalidade aflora de cada paralelepípedo: frevo, maracatu, afoxé, caboclinho… Na cidade que pariu Chico Science e conquistou Alceu Valença, o carnaval é mais do que um acontecimento, é um estado de espírito.

Música na veia

Em três dias na cidade, vibrei com uma canja da orquestra do Grêmio Musical Henrique Dias, me acabei no ensaio do Maracatu Nação Pernambuco; me emocionei com o Afoxé Oxum Pandá; mergulhei em outros ritmos pernambucanos nas noites mágicas do Casbah e, por pouco, não pego um quase-Carnaval na Pitombeira dos Quatro Cantos. Sorte? Não. Em Olinda sempre tem coisa boa rolando, ainda mais nos meses que antecedem o Carnaval.

Se uma alma carnavalesca não habita o seu corpo, você vai se apaixonar por Olinda mesmo assim. O centro histórico da cidade mais colorida de Pernambuco descortina casarões seculares em um sobe e desce que faz arder a panturrilha mas afaga os olhos com igrejinhas de Pinterest, centros culturais, incontáveis ateliês de artistas de mão cheia e vistas que fazem perder o pouco fôlego que sobra ao fim de cada ladeira. E quando a garganta seca e o suor escorre até da canela – como é quente, meu deus! –, os botecos pé sujo mais sedutores esperam por você, como a gloriosa Bodega do Véio e o Peneira.

Fogo na panturrilha

Da Praça do Carmo, flane até encontrar os Quatro Cantos, epicentro do Carnaval e da vida boêmia de Olinda, mate a sede nos os botecos da Rua do Amparo e tente escolher a sua igrejinha mais instagramável: de São Pedro Apóstolo, da Misericórdia, da Nossa Senhora do Monte… No fim da tarde, todos os caminhos levam ao alto da Sé, de onde se tem uma vista de enfartar do skyline de Recife e do mar. É o lugar certo para laricar uma tapioca e comprar artesanato de qualidade na Artes do Imaginário Brasileiro. Quer ajuda para não se perder no rolê a saber mais sobre a história e a vibe da cidade? A Graça, da Olindatur, é uma figuraça e sabe tudo.

Olinda tem alguns museus bacanas também. O Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (@mac.pe.oficial) tem peças de Portinari a Francisco Brennand em um edifício do século 18. O Museu do Mamulengo (@museu.mamulengo) reúne mais de mil fantoches tipicamente pernambucanos. Alguns dos famosos bonecos que animam o carnaval descansam na modesta, mas interessante, Casa dos Bonecos Gigantes de Olinda. E ainda a Casa Balea (@casabalea), um mix de galeria, loja e espaço de eventos.

Onde comer

Qualquer morador de Olinda dirá que o Oficina do Sabor (@oficinadosaborpe) é o melhor restaurante da cidade. Acredite. O jerimum recheado com camarão e lagosta ao molho de maracujá é uma loucura. Voltei lá dois dias seguidos. Fora isso, a vista é incrível e o terraço refresca a alma. Outro que não tem erro é o Patuá (@restaurantepatua), que faz uma mariscada épica e também tem um terracinho bacana com vistas. O melhor sanduba da cidade é vendido em uma janelinha no Sabor da Ladeira (https://www.instagram.com/sabordaladeira/)

Onde ficar

O Airbnb onde me hospedei fez toda a diferença na experiência. A localização era imbatível: a poucos passos da Praça do Carmo, mas numa rua silenciosa onde acordava com passarinhos cantando. A sala é uma mini galeria de arte e há três suítes disponíveis para aluguel. No olho do furacão, a Pousada dos Quatro Cantos em uma pequena piscina em um lindíssimo. Outra na mesma pegada é a Pousada do Amparo que se divide entre dois casarões e é famosa pelo café da manhã. Pra um upgrade, fique no Hotel 7 Colinas que tem quartos espaçosos e uma grande piscina com jardim – nas horas mais quentes do dia, quando Olinda meio que hiberna, um lugar pra se molhar é providencial.

 

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