O Brasil Pré-Histórico no Parque da Serra da Capivara
A Serra da Capivara tem 120 mil hectares de cânions, grutas, falésias e o principal complexo arqueológico do país!
Por Lívia Aguiar | Edição: Ludmilla Balduino
Atualizado em 25 nov 2021, 14h08 - Publicado em 25 fev 2016, 18h50
1/9 A Pedra Furada é o símbolo e cartão-postal do Parque da Serra da Capivara (/Wikimedia Commons)
2/9Baixão da Pedra Furada A região mais visitada do parque e onde foram encontrados vestígios de uma fogueira de 50 mil anos. No Boqueirão da Pedra Furada, passarelas levam às pinturas rupestres gravadas num paredão com 100 m de altura. (/Wikimedia Commons)
3/9 Todas as visitas ao parque devem ser guiadas, serviço contratado à parte diretamente com os guias credenciados pela ICMBio e Fundham. (/Wikimedia Commons)
4/9 Por sua configuração natural, o desfiladeiro do Baixão da Pedra Furada conserva melhor a umidade e as plantas sofrem menos os efeitos da seca. Uma trilha de 4 km com densa vegetação leva ao Boqueirão do Paraguaio, onde há grandes figuras humanas, estilizadas e decoradas com traçados geométricos. (/Wikimedia Commons)
5/9Baixão das AndorinhasTodos os dias, por volta de 17h30, milhares de andorinhas descem rapidamente por um cânion de 90 m de profundidade. O fenômeno também pode ser observado na Variante do Baixão, cânion com acesso pela mesma guarita da Serra Vermelha. Além do espetáculo indescritível performado pelas andorinhas diariamente, a vista do vale durante o pôr do sol é de tirar o fôlego. (/Wikimedia Commons)
6/9Baixão da Serra Branca 60 sítios arqueológicos com figuras no estilo Serra Branca de pintura, caracterizadas por figuras estáticas e traços grossos, se escondem neste vale. Nesse circuito, as trilhas a pé são curtas e leves, mas as estradas que levam até elas são um tanto longas, por isso o passeio completo dura um dia inteiro. (/Wikimedia Commons)
7/9 A Serra da Capivara encanta os visitantes com suas camadas de pedra sinuosa, cânions, cactos robustos típicos da caatinga, animais selvagens e pinturas rupestres muito bem conservadas. (/Wikimedia Commons)
8/9Trilha do Hombu Nos 9 km de subidas e descidas de serra, você passa por planícies, boqueirões e muitos sítios arqueológicos. Ao longo do percurso, que dura o dia todo, placas explicativas fornecem informações sobre o meio ambiente e a cultura da região. O xiquexique, na foto, é um cactus típico da caatinga utilizado como alternativa para alimentação de animais durante os longos períodos de seca. Também é consumido pelos sertanejos da região em pratos como o "cortado de xiquexique". (/Wikimedia Commons)
9/9 O Parque da Serra da Capivara abriga mais de 1.300 sítios arqueológicos, sendo que 172 estão abertos para visitação e 17 deles têm acesso para cadeirantes. À sombra desta pedrona é possível ver pinturas rupestres de mais de 6 mil anos de idade. (/Wikimedia Commons)
A paisagem inóspita, rochosa e ampla dá a sensação de que voltamos no tempo. A Serra da Capivara encanta os visitantes com seus meandros, camadas de pedra, cânions, cactos robustos típicos da caatinga e pinturas rupestres muito bem conservadas, apesar de terem mais de seis mil anos. O parque, um dos mais bem estruturados do país, é formado por quatro serras com trilhas de diferentes níveis de dificuldade.
O local abriga mais de 1.300 sítios arqueológicos, sendo que 172 estão abertos para visitação e 17 deles têm acesso para cadeirantes. Neles, é possível observar pinturas que registraram a fauna, a flora e o dia-a-dia de seres humanos pré-históricos. Foram encontrados vestígios humanoides com mais de 50 mil anos! Essa descoberta levantou a discussão sobre teoria arqueológica de que o homem do continente americano teria saído da Ásia e atravessado o estreito de Bering há 15 mil anos atrás.
Vestígios arqueológicos têm sido investigados na região desde a década de 1970. Além dos registros humanos de milênios atrás, foram encontradas ossadas de mastodontes, tigres-dentes-de-sabre, lhamas e preguiças gigantes, e outras espécies já extintas. As melhores ossadas estão em exposição no museu da Fundham, ponto de partida para começar a exploração da região. Além dos vestígios de um Brasil arqueológico, a região também tem habitantes vivos interessantíssimos, típicos do bioma singular da caatinga. Entre os cactos, árvores retorcidas e plantas de folhas grossas, vivem tamanduás-bandeira, onças pintadas, onças pardas e tatus-bola.
A entrada é paga e é obrigatório contratar guias experientes para explorar a região (pagamento à parte, por grupo), que podem ser encontrados no próprio parque, onde são treinados pelo ICMBio e pela Fundham.
Continua após a publicidade
A cidade mais próxima é a pequena São Raimundo Nonato, a 41km, que tem boa estrutura para receber os turistas. Nas proximidades da Serra da Capivara também há pousadas, albergues e áreas de camping.
Para chegar, é preciso sair de carro da capital Teresina e percorrer os 530 km que separam a cidade do parque. Com as reformas das estradas dentro da Serra da Capivara, não é preciso alugar um 4×4 para aproveitar a viagem.