No centro do Rio de Janeiro, o Museu do Amanhã fala de sustentabilidade e convivência entre espécies, mas é uma instituição de ciências diferente: usa o passado para pensar em como será a vida nos próximos 50 anos. A ideia que o presente determina o futuro e que o “amanhã” pode ser construído hoje são o norte do museu desde a sua inauguração, em 2015.
O belo prédio, inspirado nas bromélias do Jardim Botânico, se projeta em direção à Praça Mauá e conta com espelhos d’água, uma ciclovia e um jardim ao redor. A arquitetura arrojada também tem um desenho sustentável: há painéis de captação de energia solar na cobertura do edifício e a água fria do fundo da Baía de Guanabara é utilizada para climatização dos espaços.
As exposições privilegiam experiências sensoriais e estimulam a imaginação do público, afinal o acervo é praticamente imaterial. Confira as exposições que você pode visitar no Museu do Amanhã:
EXPOSIÇÕES TEMPORÁRIAS
Arte de Código Aberto
Até 19 de maio de 2024
A exposição individual do artista-programador, Vamoss, mostra como linguagens de programação podem ser usadas para criar arte computacional. De forma interativa e lúdica, os visitantes entendem a tecnologia e descobrem como podem se apropriar dos códigos para criar suas próprias imagens.
Vamoss elaborou um código que pode ser alterado pelos visitantes para gerar novas obras visuais, então ao final da exposição, a obra original terá se desdobrado em inúmeras variações. A arte está exposta em diferentes formatos: há obras sonoras, táteis, gráficas e painéis interativos.
Sentir Mundo — Uma Jornada Imersiva
Até 2 de junho de 2024
Um caminho de insetos guia o trajeto até a exposição e já dá uma pista do que esperar. A mostra faz os visitantes deixarem de lado seu ponto de vista humano e mergulharem em diferentes ecossistemas do mundo natural na perspectiva de outras espécies.
Cheiro de terra, sons da floresta e diferentes texturas de madeira são algumas das formas como a exposição aguça os cinco sentidos. Na área chamada Dossel da Floresta, há histórias sobre a relação da Amazônia com diferentes espécies de animais, como a preguiça-de-três-dedos, e a reverência com que ela é tratada por povos indígenas.
Atravessando raízes e fungos para sair da superfície, o universo subterrâneo de diferentes organismos entra em cena na sala Por Dentro do Solo. Aqui, a exposição ilustra a convivência de insetos, como as formigas, e grandes animais, como as toupeiras, embaixo da terra.
Em A Dança dos Insetos, é a vez de pequenos animais polinizadores serem os protagonistas. Grandes telas deixam ver vídeos em detalhes dos insetos.
EXPOSIÇÃO DE LONGA DURAÇÃO
A exposição permanente dialoga diretamente com o tema do museu ao pensar em futuros possíveis. Cinco perguntas orientam o percurso: “de onde viemos?” é o norte da primeira parte, Cosmos, onde a conexão humana com o universo é abordada. Os visitantes entram em um domo e assistem a uma projeção em 360º que percorre galáxias e a formação da Terra.
“Quem somos?” é a pergunta representada por três blocos de sete metros de altura na área Terra. No lado externo dos cubos, há referências ao que é comum a todos os seres humanos, e no lado interno, o que faz a vida ser diversa.
No cubo da Matéria, há 180 fotografias de detalhes da superfície terrestre por fora e, por dentro, imagens do movimento de placas tectônicas, correntes marinhas e a luz do sol, ritmos que regem o funcionamento do planeta.
O cubo da Vida remete ao DNA por fora e apresenta uma grande variedade de organismos por dentro. Por fim, no cubo do Pensamento, o sistema nervoso ganha destaque no lado exterior, enquanto o interior destaca a diversidade de culturas
O momento central da exposição é no Antropoceno, que questiona “onde estamos?”. O nome remete à época em que vivemos hoje, a era geológica dos humanos. Para pensar a atualidade, seis totens de dez metros de altura e quatro cavernas apresentam vídeos sobre as consequências das ações humanas para as mudanças climáticas e a vida na Terra.
Amanhãs leva o público a refletir sobre sustentabilidade, desigualdade social, transformações da biodiversidade em um futuro de cidades gigantescas com hiperconectividade. A pergunta “para onde vamos?” guia o percurso por três áreas — Sociedade, Planeta e Humano — com formato de origami.
A exposição termina dentro de uma oca perguntando “como queremos conviver nos próximos 50 anos?” na área Nós. O público é levado a pensar sobre o legado que deixará para as próximas gerações e a necessidade de união para que um futuro sustentável seja criado.
Ao centro da oca, um esguio objeto de madeira é o único item físico que faz parte do acervo do Museu do Amanhã. Trata-se do churinga, um artefato dos aborígines australianos que não tem significado utilitário, mas sim simbólico: serve para associar o passado ao futuro e representar a continuidade da cultura.
Serviço
Quando? De terça-feira a domingo, das 10h às 18h.
Quanto? R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Ingressos à venda pelo Sympla.
Onde? Praça Mauá, 1, Centro, Rio de Janeiro – RJ, 20081-240. É possível chegar de VLT: basta pegar a linha 1 (azul) sentido Aeroporto Santos Dumont ou sentido Rodoviária/Praia Formosa e descer na Parada dos Museus, a 200 metros do Museu do Amanhã.
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