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Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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5 dicas essenciais do Delta do Parnaíba

A beleza do terceiro maior delta oceânico do mundo vai muito além da famosa revoada dos guarás

Por Adriana Setti
29 mar 2024, 15h00
Barquinho ou barcão: você decide
Barquinho ou barcão: você decide (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

Na divisa do Piauí com o Maranhão, o rio Parnaíba faz sua apoteose no mar, formando o terceiro maior delta oceânico do mundo — depois do Nilo e do Mekong —, em um emaranhado igarapés e ilhotas repartidos em barras, ou “bocas”. Nenhuma imagem que você já tenha visto do lugar será suficiente para transmitir a grandeza de suas dunas, manguezais e igarapés. Só indo para ver. A seguir, minhas dicas para você tirar o maior proveito possível dessa experiência:

1. Fique no próprio Delta

O encontro do rio com o mar fica a poucos quilômetros da simpática cidade de Parnaíba, no Piauí, que tem uma infraestrutura bacana para o turista. No entanto, se hospedar em uma ilha do Delta proporciona uma imersão muito mais intensa nessa imensidão de água, areia, mangue e vento. É uma experiencia totalmente diferente.

Jardim da Casa de Caboclo, na Ilha das Canárias
Jardim da Casa de Caboclo, na Ilha das Canárias (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

Me hospedei na Na Ilha das Canárias, onde fica a Casa de Caboclo, uma pousada simples, administrada por uma adorável família local, com cama confortável, ar-condicionado, café da manhã caprichado, restaurante gostoso e um grande jardim repleto de redes. Tudo de frente para o rio. Ficando lá, você consegue pegar uma praia fluvial e conviver com os moradores do vilarejo vizinho. Se quiser algo um pouco mais estiloso, a Ilha dos Poldros fica na ilha particular que dá nome à pousada, entre o Delta e a Praia do Feijão Bravo. Os bonitos bangalôs de madeira com ventilador ficam ao redor de uma piscina e a pousada tem infraestrutura para kitesurf.

Dunas douradas fazem parte da paisagem do Delta
Dunas douradas fazem parte da paisagem do Delta (Adriana Setti/Arquivo pessoal)
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2. Prefira os barcos pequenos

várias formas de navegar pelo Delta. Alguns barcos alojam dezenas de pessoas com música (bem) alta, bebida rolando solta e clima de festa. Também há lanchas de vários tipos e voadeiras que podem ser fretadas ou compartilhadas com outras pessoas. Vale dizer, no entanto, que só as embarcações menores conseguem realmente adentrar os igarapés, onde o manguezal forma verdadeiros “túneis” na vegetação. Nesses lugares, com um barquinho mais silencioso, é muito mais provável que você consiga avistar animais como jacarés, cobras, macacos e outras espécies.

Seu Maika, um dos guias locais mais experientes, com uma lancha adequada para os igarapés
Seu Maika, um dos guias locais mais experientes, com uma lancha adequada para os igarapés (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

3. Negocie um pacote de passeios e transfer

Tanto os transfers para a Ilha das Canárias como os passeios de barco até o Delta saem do Porto dos Tatus, a 20 km de Parnaíba. Ali você encontra um centro de informação, onde é preciso pagar uma taxa turística de R$ 10, e estacionamentos privados para deixar o carro (diária a negociar). Foi lá que topei com o seu Maika (86/9495-2894), um dos guias cadastrados mais experientes, com quem negociei um pacote de transfer e passeio completo para o dia seguinte, em uma pequena lancha fretada para meu marido e eu. Fechando tudo com a mesma pessoa acaba saindo mais em conta.

A famosa revoada dos guarás, hit do Delta do Parnaíba
A famosa revoada dos guarás, hit do Delta do Parnaíba (Chico Rasta/MTur/Wikimedia Commons)
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4. Não se limite aos guarás

O passeio para observar a revoada dos guarás, que acontece no fim da tarde, é realmente o grande hit do Delta do Parnaíba. Há quem venha de Barreirinhas, nos Lençóis Maranhenses, ou de Barra Grande do Piauí, em passeios de bate-volta focados apenas na contemplação desse espetáculo. Mas a beleza do lugar vai muito além. Ficando dois ou três dias, você vai se surpreender com as praias de rio e mar, as dunas majestosas, os igarapés, os restaurantes locais onde dá para se fartar de ostras e caranguejo…

Olha o jacaré....
Olha o jacaré…. (Adriana Setti/Arquivo pessoal)
Pôr do sol nas dunas do Delta: um espetáculo
Pôr do sol nas dunas do Delta: um espetáculo (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

5. Vá na época certa

A melhor época para visitar o Delta do Parnaíba é durante a estação seca, que vai de julho a dezembro. Além da maior probabilidade de pegar tempo bom e menos abafado, a ausência das chuvas também deixa o rio mais fácil de navegar. Nesse período, também é mais fácil avistar animais e há menos mosquitos. Para quem veleja de kitesurf, esses também são os melhores meses, com vento forte e constante. Se a ideia for conciliar a viagem com uma temporada nos Lençóis Maranhenses, vá entre julho e outubro.

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Banquete de caranguejo no Restaurante do Tijolo
Banquete de caranguejo no Restaurante do Tijolo (Adriana Setti/Arquivo pessoal)

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