Na divisa do Piauí com o Maranhão, o rio Parnaíba faz sua apoteose no mar, formando o terceiro maior delta oceânico do mundo — depois do Nilo e do Mekong —, em um emaranhado igarapés e ilhotas repartidos em barras, ou “bocas”. Nenhuma imagem que você já tenha visto do lugar será suficiente para transmitir a grandeza de suas dunas, manguezais e igarapés. Só indo para ver. A seguir, minhas dicas para você tirar o maior proveito possível dessa experiência:
1. Fique no próprio Delta
O encontro do rio com o mar fica a poucos quilômetros da simpática cidade de Parnaíba, no Piauí, que tem uma infraestrutura bacana para o turista. No entanto, se hospedar em uma ilha do Delta proporciona uma imersão muito mais intensa nessa imensidão de água, areia, mangue e vento. É uma experiencia totalmente diferente.
Me hospedei na Na Ilha das Canárias, onde fica a Casa de Caboclo, uma pousada simples, administrada por uma adorável família local, com cama confortável, ar-condicionado, café da manhã caprichado, restaurante gostoso e um grande jardim repleto de redes. Tudo de frente para o rio. Ficando lá, você consegue pegar uma praia fluvial e conviver com os moradores do vilarejo vizinho. Se quiser algo um pouco mais estiloso, a Ilha dos Poldros fica na ilha particular que dá nome à pousada, entre o Delta e a Praia do Feijão Bravo. Os bonitos bangalôs de madeira com ventilador ficam ao redor de uma piscina e a pousada tem infraestrutura para kitesurf.
2. Prefira os barcos pequenos
Há várias formas de navegar pelo Delta. Alguns barcos alojam dezenas de pessoas com música (bem) alta, bebida rolando solta e clima de festa. Também há lanchas de vários tipos e voadeiras que podem ser fretadas ou compartilhadas com outras pessoas. Vale dizer, no entanto, que só as embarcações menores conseguem realmente adentrar os igarapés, onde o manguezal forma verdadeiros “túneis” na vegetação. Nesses lugares, com um barquinho mais silencioso, é muito mais provável que você consiga avistar animais como jacarés, cobras, macacos e outras espécies.
3. Negocie um pacote de passeios e transfer
Tanto os transfers para a Ilha das Canárias como os passeios de barco até o Delta saem do Porto dos Tatus, a 20 km de Parnaíba. Ali você encontra um centro de informação, onde é preciso pagar uma taxa turística de R$ 10, e estacionamentos privados para deixar o carro (diária a negociar). Foi lá que topei com o seu Maika (86/9495-2894), um dos guias cadastrados mais experientes, com quem negociei um pacote de transfer e passeio completo para o dia seguinte, em uma pequena lancha fretada para meu marido e eu. Fechando tudo com a mesma pessoa acaba saindo mais em conta.
4. Não se limite aos guarás
O passeio para observar a revoada dos guarás, que acontece no fim da tarde, é realmente o grande hit do Delta do Parnaíba. Há quem venha de Barreirinhas, nos Lençóis Maranhenses, ou de Barra Grande do Piauí, em passeios de bate-volta focados apenas na contemplação desse espetáculo. Mas a beleza do lugar vai muito além. Ficando dois ou três dias, você vai se surpreender com as praias de rio e mar, as dunas majestosas, os igarapés, os restaurantes locais onde dá para se fartar de ostras e caranguejo…
5. Vá na época certa
A melhor época para visitar o Delta do Parnaíba é durante a estação seca, que vai de julho a dezembro. Além da maior probabilidade de pegar tempo bom e menos abafado, a ausência das chuvas também deixa o rio mais fácil de navegar. Nesse período, também é mais fácil avistar animais e há menos mosquitos. Para quem veleja de kitesurf, esses também são os melhores meses, com vento forte e constante. Se a ideia for conciliar a viagem com uma temporada nos Lençóis Maranhenses, vá entre julho e outubro.
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