Por mais que condomínios e hotéis se empenhem em devorar cada palmo de chão balinês, ainda há rincões na ilha que merecem ser chamados de secretos. Grande dica de um amigo, Nyang Nyang é um desses lugares.
De cima da falésia altíssima, forrada de floresta densa, enxerga-se o mar azul cristalino e as linhas simétricas desenhadas pelas ondas. A areia é branca e fina, escoltada por um campo verde-irlanda, onde pastam algumas vaquinhas.
Praticamente não há sombra — é questão de sobrevivência levar um guarda-sol (algo que eu gostaria de ter sabido antes de ir) e uma farta quantidade de água. Também é bom ter em mente que o mar é perigosíssimo. Mas tudo vale a pena quando se trata de estar completamente só naquela que talvez seja a mais bonita de todas as praias de Bali.
Como chegar? Eis a questão. Por mais que me esmere em explicar, você acabará se perdendo. Resumindo: quando estiver perto do templo de Ulu Watu, você terá que quebrar uma esquerda depois de uma escola pública (não há placa, como é praxe na Península de Bukit). O caminho é inicialmente pedregoso e, mais além, se transforma em um lodaçal (na época de chuvas). Quando o chão se faz pastoso, convém estacionar e caminhar — ainda que os mais loucos se atrevam a seguir em frente. A trilha culmina em uma escadaria apoteótica, de mais de 500 degraus em meio à selva. Não pense no caminho de volta e seja feliz.
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