Antes de me mudar para a Europa, não tinha noção do que eram estações do ano e de como cada uma delas afeta o comportamento humano. Verão, primavera, outono e inverno – como todo mundo sabe — são apenas formalidades do calendário em São Paulo, a cidade onde nasci e me criei.
Ter estações bem marcadas é uma das coisas mais curto daqui. E mesmo depois de 10 anos, e em tempo de caos climático, a cada mudança de trimestre fico pasma, como alguém que observa um milagre acontecer diante dos olhos: de um dia para o outro (e isso não é maneira de dizer) as folhas secas inundam as ruas, a luz muda completamente, os contornos da cidade ficam mais nítidos e o vendo torna-se mais intenso.
Ainda que este blog esteja ligeiramente defasado em relação à minha vida real, o fato é que fui à Turquia deixando pra trás um chorinho de verão. Na volta, mergulhei no mais puro outono, que respirei – fresquinho – ao sair do aeroporto.
Acompanhando a queda da temperatura, o frenesi (quase histérico) que chacoalha a cidade no verão perde força; as pessoas parecem mais calmas; há menos turistas; a vida parece deliciosamente mais “normal”.
Nada disso, porém, é mais intenso do que o azul do céu da cidade nessa época. Um azul que começa “calcinha” no horizonte e que vai ficando cada vez mais potente na medida que se olha pra cima, onde reina o azul absoluto.
Barcelona é, provavelmente, um dos melhores lugares do mundo para estar no outono.
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