Café da manhã flutuante nas Maldivas vale a pena?
O que o Instagram não mostra sobre o café da manhã mais icônico do arquipélago dos sonhos
A imagem virou quase um símbolo do paraíso-ostentação. Aquele mar escandalosamente azul de pano de fundo, a piscina privada de borda infinita, a bandeja flutuando cheia de iguarias e o felizardo posando ao lado, com cara de plenitude e taça de champanhe na mão: pacote completo para postar no Instagram e receber uma chuva de likes. Quem nunca viu uma foto dessas e desejou estar ali?
Quanto custa a brincadeira?
Ao contrário do que você pode supor, mesmo que um bangalô com piscina privada raramente custe menos de quatro dígitos em dólar por noite, o tal banquete flutuante não está incluído na diária. O serviço é cobrado como um extra e custa, em média, US$ 150 por pessoa + 10% de serviço e + 12% de taxas. Ou seja, para um casal, o desjejum aquático está saindo na base de R$ 1850 – sendo que o café na manhã normal, que costuma ser maravilhoso, sempre está incluído.
Como funciona?
Para tomar um café da manhã flutuante, é preciso fazer o pedido com um dia de antecedência e marcar hora. Nos dois resorts em que tive essa experiência durante uma viagem a trabalho, o banquete veio em uma espécie de carrinho acoplado à bicicleta do funcionário. Uma vez lá, ele leva entre 10-15 minutos para preparar tudo minuciosamente. Dos potinhos coloridos dos power shots ao vasinho de flores, tudo parece pensado para as redes sociais. E é mesmo. A julgar pela quantidade de cafés flutuando pelo Instagram, essas bandejas se converteram em uma belíssima propaganda das Maldivas e dos seus hotéis de luxo.
O que o Instagram não mostra
Meus dois cafés da manhã flutuantes tinham uma abundância surreal de comida: iogurtes, frutas, pães, croissants, muffins, queijos, manteiga, salmão defumado, ovos com foie gras, sucos, cafés, champanhe… Uma loucura. Nas duas ocasiões, depois da sessão de fotos – acho que mesmo quem não está a trabalho se sente obrigado a isso – tentei comer na piscina. Mas, com a água (e a bandeja) batendo no peito, a real é que fica bem difícil manejar os talheres. Com o sol batendo forte, frutas, iogurtes e afins também começam a esquentar. Aí você olha para aquela mesa na sombra da sua varanda e pensa: hummmm, não seria melhor? Então você se dá conta de que a bandeja pesa uma tonelada – do dinheiro investido na operação, os 10% do serviço são realmente justificáveis. Ou seja, infelizmente, será necessário desmontar toda aquela cenografia, levando cada item por separado até a mesa. E no que eu viro as costas para levar o pratinho de frutas…. ZAP! Um corvo surrupia um muffin e, ato contínuo, estraçalha o quitute no ar, enchendo a minha piscina de migalhas. O suprassumo do perrengue chic.
E vale a pena?
Depois de ler esse relato, acho que você é quem deve responder. O importante, a meu ver, é pesar se essa experiência (indiscutivelmente única) é importante pra você na hora de fazer o orçamento da viagem.
Para uma parte dos privilegiados que reservam um bangalô com piscina privada nas Maldivas, esse gasto a mais não faz a maior diferença. Mas, quem suou a camisa e economizou cada centavo para poder realizar o sonho de estar lá pode tomar um baita susto na hora de pagar a conta se pedir esse serviço extra sem antes olhar o preço.
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