Muita gente que tinha viagem marcada para a Europa no ano passado transferiu as reservas a 2021 e continua sem saber se vai poder viajar. Infelizmente, as perspectivas não são muito animadoras. Se por um lado é impossível saber quando os brasileiros poderão voltar a viajar para a Europa, já podemos ter uma ideia do que precisa acontecer para que isso seja viável, com base nas medidas que vêm sendo adotadas pelos países da UE nos últimos meses.
O Brasil precisa estar com a pandemia totalmente controlada
Divulgado um mês atrás, um comunicado do Conselho Europeu listou os seis países de fora da UE para os quais o bloco deve reabrir as fronteiras gradualmente: Austrália, Nova Zelândia, Ruanda, Cingapura, Coreia do Sul e Tailândia. Ou seja, lugares de onde o coronavírus foi praticamente erradicado. Essa postura deixa claro que a Europa não pretende permitir a entrada de cidadãos de países onde a situação esteja mais ou menos resolvida. Uma vez que o Brasil vive o pior momento da pandemia, tudo indica que esse controle só vai acontecer quando a grande maioria da população brasileira estiver vacinada.
A vacinação na Europa também precisa avançar
Aqui na Espanha, a meta é que 70% da população esteja vacinada no verão. Em outros países, o objetivo é ainda mais ambicioso, caso da Alemanha, que pretende imunizar todos os seus cidadão no mesmo prazo. Mas atrasos e problemas de logística têm sido frequentes. Na medida que a vacinação avance, a Europa deve começar a flexibilizar as viagens dentro do continente, entre regiões em situações favoráveis, tanto quanto ao número de vacinados como ao número de casos por 100 mil habitantes. Em uma segunda etapa, viriam os países de fora do bloco com alto número de imunizados. Pelo andar da carruagem, é provável que Israel, Emirados Árabes, Reino Unido e Estados Unidos estejam entre os primeiros da fila e que seus cidadão possam curtir o verão por aqui. Diante de tanto caos e incerteza quanto à compra de novas vacinas, no entanto, é impossível prever quando o Brasil estará nesse patamar.
Um passaporte de vacinação mundial teria que ser implantado
A criação de um passaporte de vacinação é um assunto complicadíssimo, além de polêmico. E ainda que já haja vários aplicativos em fase avançada de testes com esse propósito, são tantos os fatores envolvidos que dificilmente teremos um documento com validade universal tão cedo (leia a reportagem abaixo pra entender por que esse assunto é tão complexo). Ou seja, mesmo que você tenha o privilégio de conseguir ser vacinado no Brasil ainda este semestre, é pouco provável que a Europa faça concessões individuais nos próximos meses.