Achados

Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Para fazer antes de morrer: acompanhar a vindima na região do Piemonte, na Itália

Qualquer um que se interesse minimamente pelo vinho tem uma vaga ideia do que acontece entre o momento que a uva é colhida no pé e o solene instante em que a bebida desliza pela sua garganta. Mas nada se compara a estar presente na vindima e ver o milagre começar a acontecer. Mesmo tendo visitado […]

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h13 - Publicado em 28 out 2015, 18h48
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Qualquer um que se interesse minimamente pelo vinho tem uma vaga ideia do que acontece entre o momento que a uva é colhida no pé e o solene instante em que a bebida desliza pela sua garganta. Mas nada se compara a estar presente na vindima e ver o milagre começar a acontecer. Mesmo tendo visitado dezenas de vinícolas em diversos países, ver a uva sendo colhida no pé sob o olhar atento do próprio enólogo; acompanhar os cachos chegando à vinícola; observar a prensa em ação e sentir os primeiros aromas da fermentação foi uma experiência muito marcante e enriquecedora. Tenho mais respeito pelo vinho hoje do que tinha antes de presenciar a vindima na região do Piemonte, na Itália. Acho até que a bebida ganhou outro sabor, no sentido emocional da coisa.

 

Para acompanhar este momento tão especial é necessária uma mistura de sorte com planejamento. A uva atinge o seu ponto ideal de maturidade no começo do outono — final de setembro no Hemisfério Norte (aí entra o planejamento). Mas isso não tem data para acontecer (motivo pelo qual é preciso ter sorte). A partir do final do verão, os enólogos circulam entre os vinhedos diariamente, executam testes e provam as frutas, até estarem convencidos de que chegou a hora. O momento certo depende, sobretudo, de como foi o clima ao longo do ano. Entreguei a escolha da data certeira nas mãos da Patrícia Kozmann (a mesma que me levou para caçar trufas alguns posts atrás). Ela conhece profundamente os vinhos e os vinhedos do Piemonte e faz uma alta costura de roteiros de enoturismo pelo norte da Itália. Deu nisso: acompanhamos a vindima em três vinícolas boutique de duas regiões diferentes, Gavi e Monferrato, na companhia dos seus proprietários e enólogos. Um Privilégio, assim mesmo, com P maiúsculo.

 

As imagens abaixo dizem mais:

Villa Sparina

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Os vinhedos espetaculares da Villa Sparina, que fica na região de Gavi (famosa pelos brancos)

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Na medida em que as uvas vão sendo colhidas, são depositadas nesses cestos para que sejam levadas pelo trator

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A colheita em ação

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Este é Massimo Moccagatta, um dos membros da família proprietária da Villa Sparina: “É neste momento que a gente sente sente a espinha dorsal do vinho”

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A uva Cortese no ponto

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O pai de Massimo, Mario (o proprietário da Villa Sparina), uma força da natureza, descarregando o trator com as próprias mãos. Ele não estava posando.

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Vigneti Massa

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A vindima nos vinhedos de Walter Massa

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Walter Massa confere a qualidade da uva

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Uma grande figura entre os vinhedos

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O excêntrico Massa é famoso no Piemonte (e fora dele) por ter resgatado a uva autóctone Timorasso do esquecimento; hoje em dia, ele faz grandes vinhos a partir da cepa histórica da região

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Massa testa a qualidade do suco direto da prensa. A minúscula vinícola fica atrás da sua casa, praticamente um fundo de quintal

 

Cossetti

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Esta é Clementina Cossetti, a charmosa proprietária da vinícola que leva o seu sobrenome — uma grande mulher num território que, infelizmente, ainda é extremamente masculino

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A vindima na vinícola Cossetti

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O trator recolhe as uvas colhidas

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A magnífica uva Barbera, numa safra considerada espetacular

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Roberto Olivieri, o enólogo da Cossetti

 

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