Imagem Blog Achados Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Um jantar no Pakta, o restaurante nipo-peruano de Albert Adrià

Se você vem a Barcelona em busca de experiências gastronômicas inesquecíveis, eis um nome para colocar na lista do “vale o investimento”

Por Adriana Setti
Atualizado em 26 set 2019, 15h25 - Publicado em 1 jul 2015, 12h52
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pakta-local-04-e1435762084397A beleza do salão enfeitado por “teares” (foto de divulgação)
pakta-local-03-e1435762036173O balcão onde são confeccionados os sushis (foto de divulgação)

Se você vem a Barcelona em busca de experiências gastronômicas inesquecíveis, eis um nome para colocar na lista do “vale o investimento”. Alguns hesitarão, perguntando se não é um pouco fora de contexto provar um restaurante nikkei (nipo-peruano) numa cidade tão arraigada à sua própria cultura culinária. Mas a questão é que você não vai encontrar nada parecido nem no Peru, nem no Japão, nem em lugar nenhum. Pakta é uma empreitada relativamente recente do inimitável Albert Adrià (irmão de Ferran), que se vale das tradições, das técnicas e dos ingredientes nipo-peruanos para fazer a sua própria interpretação da cozinha nikkei, acrescentando elementos ultra mediterrâneos às criações, como aspargos, cogumelos silvestres, amêndoa etc.

Os chefs no comando da cozinha têm tarefas bem repartidas. A japonesa Kyoko Li se encarrega dos sushis e dos elementos essencialmente japoneses, praticamente sem levantar os olhos de sua área de domínio, concentrada como um karateka durante o serviço (para vê-la trabalhando, sente-se ao balcão). Os sabores peruanos saem do caldo criativo do garoto prodígio peruano Jorge Muñoz. Costuradas pela inventividade “bulliniana” de Albert Adrià (se você esteve na lua ultimamente clique aqui para saber o que é El Bulli), as duas linhas gastro-culturais compõem um tecido tão harmônico e colorido quanto os teares estilizados que enfeitam o restaurante. Adrià não dá ponto sem nó.

A seguir, alguns dos pratos mais impressionantes do menu degustação Machu Picchu, o mais completo (€ 130).

pakta-2O começo de tudo (sintam a beleza da apresentação), com um Hanzen Ryori, uma seleção de bocatos. Entre eles um surinagashi de aspargo (à esquerda) e uma magnífica cereja com kimchi
pakta-4Parece mas não é. Um tipo de cogumelo fatiado delicadamente (com textura de molusco), servido numa concha enfeitada com algas
pakta-5A melhor coisa que já comi na minha vida: temaki de atum com bolinhas de arroz inflado (erga as mãos aos céus antes de provar; depois enxugue as lágrimas)
pakta-6O potinho vem assim à mesa, com um vôngole gigante escondidinho no leche de tigre (o caldinho do ceviche) em forma de raspadinha
pakta-7Depois o potinho ganha esse caldinho
pakta-8Aspargo branco com molho kimizu
pakta-9Sashimi com pedacinhos crocantes feitos de miso, com um molho bem levinho
pakta-10Vale uma cambalhota: niguiri de ostra com molho ponzu
pakta-12And the Oscar goes to… camarão assado no carvão (que vem à mesa em brasa)
pakta-13Mais um ângulo da maravilha
pakta-14Ceviche de corvina com leche de tigre e amêndoas suaves
pakta-15Causa floral de atum com maionese “acevichada”.
pakta-16O melhor xiao long bao que a humanidade já viu
pakta-17Sanduichinho de peixe frito com ají amarelo
pakta-18Larica pura: tempura de salmão
sobremesaUm dos elementos da sobremesa múltipla (que infelizmente não saiu bem na foto)

Para ir ao Pakta é preciso reservar com pelo menos um mês de antecedência, exclusivamente pela internet neste link. O restaurante serve dois tipos de menu degustação (€ 95 e € 130, sem bebidas) e não funciona no sistema a la carte. Os coquetéis a base de pisco reinam na casa. Mas há uma lista de vinhos democrática também, com bons brancos começando na faixa dos € 30. O ambiente é informal e o serviço é absolutamente atencioso, eficiente e simpático.

Leia os meus posts sobre os outros restaurantes de Albert e Ferran Adrià aqui no blog:

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