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Adriana Setti escolheu uma ilha no Mediterrâneo como porto seguro, simplificou sua vida para ficar mais “portátil” e está sempre pronta para passar vários meses viajando. Aqui, ela relata suas descobertas e roubadas
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Você quer mesmo dar a volta ao mundo?

Vale a pena mesmo viajar dessa maneira?

Por Adriana Setti
Atualizado em 27 fev 2017, 15h03 - Publicado em 9 set 2016, 17h11

Nos últimos anos, a tal viagem de volta ao mundo tem estado no topo da lista de objetos do desejo. É o tal casal que “larga tudo” para rodar o planeta, o fulano que escreve um livro sobre a façanha de ter visitado todos os países do globo, aquela amiga que bombardeia a sua timeline com experiências incríveis do Zimbábue ao Japão. Torço imensamente para que essas pessoas sejam felizes, mas estou convencida de que isso não é pra mim. Simplesmente porque eu….

Não quero cansar de viajar

Mas você não é Adriana, aquela que adora viagens longas? Eu mesma. Só que costumo fazer, uma vez ao ano, é bem diferente do pacote clássico de volta ao mundo — que envolve a passagem com vários trechos, uma lista enorme de destinos e a duração de mais ou menos um ano. Depois de experimentar bastante com viagens longas, cheguei à conclusão que o meu tempo ideal é três meses. A partir de aí, começo a ficar cansada de ir de lá pra cá, fazer check-in e check-out, arrumar e desarrumar a mala, comer comidas estranhas, levar picada de mosquito etc. Tudo isso até seria contornável, mas o que pega é o próximo item.

Leia também: Viagem longa, você merece fazer uma

Tenho pavor de perder a capacidade de ficar deslumbrada

Eu adoro me apaixonar por lugares e dizer que aquilo é a coisa mais linda que já vi (se você segue este blog já está acostumado com esses rompantes). Agora, se você colocar o Taj Mahal, as pirâmides do Egito, Angkor Wat, Bora-Bora e Machu Picchu na mesma viagem, acredite: quando você chegar aos pés do Monte Fuji, já estará achando tudo normal. Tenho pavor de perder o encantamento, então prefiro devorar o mundo em doses homeopáticas.

Prefiro conhecer os lugares com mais calma

Sou fã de conhecer um país por vez, ou alguma região dentro da qual possa circular um pouco. Dessa forma, é possível se aprofundar em cada cultura e vivenciar nuances que o turista apressado costuma deixar escapar. Algo me diz que quem encara uma viagem de volta ao mundo como uma forma de ticar países da lista do “tenho que”, volta pra casa confundindo Butão com Sudão, e sem entender o que viu. “Amor, aquele templo do macaco era na Índia ou na Tailândia?”.

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Não quero economizar tanto para poder viajar

Lembro da primeira vez que amigos meus embarcaram em uma volta ao mundo. Eles tinham juntado algo como US$ 12 mil para um ano. Do alto dos meus vinte e pouquíssimos anos, aquilo me pareceu uma fortuna. Ainda que hoje em dia o valor de uma viagem dessas já não me pareça tão inatingível, não tenho a menor paciência para esperar acumular o suficiente. Tendo uma meta mais fácil de cumprir fica tudo mais leve.

Não quero ficar longe de casa tanto tempo

Eu a-do-ro ficar em casa, estar perto das pessoas queridas e suspirar dizendo “there is no place like home”. É claro que eu conseguiria passar um tempo sem isso (palavra de quem mora fora do Brasil há 15 anos, e já aprendeu a desapegar de muita coisa). Mas simplesmente não quero. Todo o meu amor sobre voltar para casa está declarado nesse post:

Voltar pra casa pode ser tão bom como viajar

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