Um roteiro a pé por Paranapiacaba, na Serra do Mar, em SP
No alto da Serra do Mar, a antiga vila ferroviária inglesa encanta pelas construções de madeira e pelas trilhas na Mata Atlântica; veja um roteiro
![Vista geral da cidade de Paranapiacaba, na Serra do Mar, interior de São Paulo; em primeiro plano, plantas com flores, e ao fundo, a serra repleta de névoa](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/04/vista-com-necc81voa-da-cidade-de-paranapiacaba-na-serra-do-mar-interior-de-sacc83o-paulo-istock-528979587.jpg?quality=90&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
Todos os domingos, um trem deixa a paulistana Estação da Luz às 8h30, chegando uma hora e meia depois em Paranapiacaba, um longínquo distrito de Santo André, bem no alto da Serra do Mar.
Sucesso total de público, nos próximos passeios disponíveis à venda, só há um lugar disponível em cada dia de junho (4, 11 e 18). O trem retorna às 16h30.
Como quem vem de carro, permanece mais ou menos esse mesmo tempo no vilarejo, pensemos num programa de 6h30, tempo suficiente para uma boa esquadrinhada local.
![Paranapiacaba foi construída na região serrana em 1865, para abrigar os operários da São Paulo Railway](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/13-copy-ud.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Contextualizando, a vila ferroviária de Paranapiacaba surgiu por volta de 1860, quando os ingleses desembarcaram por essas bandas para operar a São Paulo Railway, ferrovia que liga o Porto de Santos a Jundiaí.
Coincidência ou não, os britânicos encontraram um território amistoso a eles, com frio, chuva e muita, mas muita neblina. Para reforçar ainda mais os traços com a Inglaterra, ergueram um relógio inspirado no Big Ben londrino.
Com o fim da operação desse trecho da ferrovia em 1982, Paranapiacaba deu uma guinada total para o turismo.
De carro ou de trem, as boas-vindas ao vilarejo são dadas pelo enorme relógio. Junto à estação ferroviária funciona o Museu Tecnológico Ferroviário, praticamente o ponto de partida de todo o visitante.
Também chamado de Museu Funicular, exibe locomotivas da São Paulo Railway e um monte de objetos da antiga estação, além da explicação do sistema funicular, em que os trens desciam e subiam a Serra do Mar presos por cabos.
Uma pena que o pequeno passeio de trem até o início da descida da serra esteja inoperante.
![](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/04/paranapiacaba-museu-funicular-paulo-carmona-sanches-neto-wikimedia-commons.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Devidamente apresentados, hora de atravessar a passarela e caminhar pelas ruas de paralelepípedos da vila. Casas de madeira vão surgindo seguidamente.
Uma delas, a Fox, transformou-se num pequeno acervo da memória da vila ferroviária. Já o Antigo Mercado virou um centro cultural.
Uma das construções mais imponentes, o Clube União Lyra Serrano, fundado em 1903, é o principal palco do disputado Festival de Inverno, que ocorre em julho.
Quem dá uma pescoçada para o alto deparará com uma bela casa. Infelizmente, encontra-se fechada, sem previsão de reabertura.
Mas externamente, a vista do Castelinho não decepciona. Era ali que morava o engenheiro-chefe da ferrovia. Sua residência em uma casa cheia de janelas na parta mais alta da vila possibilitava a ele total controle sobre os operários, uma espécie de precursor do Big Brother.
![](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/04/paranapiacaba-castelinho-maurc3adcio-cardim-agc3aancia-fm-wikimedia-commons.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Se você quiser trocar as ruas de paralelepípedos e as casas de madeira, por uma trilha no meio do mato siga para o Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba. São quatro atrativos com algumas trilhas bem tranquilas de serem percorridas. Um monitor sempre acompanha os grupos, afinal, para se perder na Mata Atlântica é um pulo.
![](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/04/paranapiacana-vista_do_mirante_do_parque_de_paranapiacaba-maria-cristina-n-wikimedia-commons.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Caminhando no barro ou no paralelepípedo, o estômago já deve estar roncando. Sendo bem sincero, pela força turística da vila, falta um maior número de restaurantes.
Típica da região, a azedinha cambuci é uma fruta presente em algumas receitas, como a costelinha suína servida com sua geleia, o prato campeão de audiência do Estação Cavern Club Restaurante & Wine Bar.
Para finalizar o tour, do outro lado da passarela, em uma parte bem menos charmosa, há varias lojinhas de artesanato. Quem resiste a não levar uma miniatura do “Big Ben” para casa?
![Réplica do relógio Big Ben, de Londres, na estação ferroviária de Paranapiacaba](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/08-copy-5g.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)