Entrar de cabeça no universo das viagens transformou minha vida em muitos aspectos. Costumo dizer que parto uma pessoa e sempre volto outra, vou construindo e desconstruindo minhas dúvidas e certezas, mas sempre trago algo de novo na mochila. São aulas de história, geografia, biologia, sociologia, filosofia, antropologia. Viajando você aprende tanta coisa, com uma didática tão boa, que vai ser fácil tirar 10 na prova.
E não é necessário ir até o outro lado do mundo, na maioria das vezes, estourar a bolha que nos cerca é tudo o que precisamos. Comece explorando seu país, seu estado, ou mesmo sua cidade, mas vá faminto de curiosidade e com o coração aberto.
Se você permanecer ou visitar sempre os mesmos lugares, por toda a sua vida, será mais difícil se expor a novas culturas, ideias e formas de pensar. Viajar te coloca em um eterno estado de transformação.
Veja quais são os motivos que fazem eu ter uma sede insaciável por viagens:
1 – Você vai se desafiar constantemente
Sabe a famigerada zona de conforto?
Sair dela é sim um bom negócio. A ideia de aceitar situações constrangedoras e abrir mão de certos limites é que não é. Fuja daqueles tapinhas na costas acompanhados da frase “mas é bom sair da zona de conforto”.
Ao se arriscar por novos lugares, você estará pisando fora da linha o tempo todo: você vai precisar se comunicar mais, pode precisar de um novo idioma, vai experimentar novos sabores, entender novas culturas, aprender a lidar com o imprevisível e a controlar seus limites.
Aprender novas habilidades é ótimo, ajuda a manter seu cérebro saudável, e isso vai ser bom para sua vida pessoal e profissional.
2 – Você vai perceber que realmente precisa cuidar da natureza
Você ficará maravilhado com a diversidade das paisagens que vai encontrar: florestas tropicais, praias paradisíacas, cataratas imponentes, cânions monumentais, montanhas nevadas, desertos empoeirados, marcas de antigas civilizações. A boa notícia é que você pode ver quase tudo isso no Brasil ou, no máximo, dando uma esticadinha em nossos vizinhos latino-americanos.
Os clichês não existem por acaso. Quando você se depara com algo que lhe mostra o quão insignificante você é perante tudo isso e, ao mesmo tempo, é consciente do poder que tem em suas mãos para ditar o futuro do planeta, a transformação acontece. Hábitos de consumo são mudados, valores são alterados, prioridades são redefinidas.
3 – Você recupera a fé nas pessoas
As pessoas boas não só existem como são maioria, deixam os lugares mais fascinantes e dão um tempero especial para as viagens, afinal, como diz a obra-prima sobre a vida de Sebastião Salgado, as pessoas são o sal da terra.
Sabe o tal “anjo da viagem”?
Ele sempre me acompanha e já me salvou de enrascadas incríveis.
Você está mais aberto quando viaja, aproveite isso, deixe fluir, e você pode se pegar dividindo segredos que não são conhecidos pelos seus melhores amigos.
4 – Você vai ter mais empatia
Você é uma pessoa privilegiada simplesmente por estar lendo isso.
Segundo os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem 11,8 milhões de analfabetos apenas no Brasil. É considerado analfabeto quem é incapaz de ler e escrever um bilhete simples, se partimos para a interpretação de texto, o buraco é muito mais embaixo.
Você não precisa atravessar o mundo para se deparar com pessoas que sofrem diversos preconceitos e/ou não possuem condições mínimas para sobreviver com dignidade, elas estão no caminho entre sua casa e a escola ou o trabalho, mas certamente as viagens irão lhe colocar em situações que sua rotina lhe poupa. Ser empático é um exercício diário que pode ser beneficiado pelas novas experiências e situações que nos expomos quando estamos longe de casa.
5 – Você expande seu universo
Você não precisa cair na estrada para aprender tudo isso, mas diferentes estradas levam a um mesmo caminho. Viver as coisas por outros ângulos vai enriquecer sua visão de sociedade, sua relação com o planeta e vai colocar suas certezas em constante questionamento.
Lembre-se que certos tipos de perfeição só se atingem pelo infinito acúmulo de imperfeições. E isso me dá coragem.
Coragem de escrever mais esse texto, coragem de seguir tentando expandir meu universo através da mochila que habita o seu centro.
E você, já tomou coragem?
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