Programas e dicas fora do óbvio em Paris
Tem a Torre Eiffel, mas de uma perspectiva que você nunca imaginou. Tem ainda uma piscina sobre o Sena, aula de cerâmica e passeio de bicicleta à noite
Passeio Meia-Noite em Paris by Bike
Por aplicativo é possível alugar uma bicicleta pelo sistema de compartilhamento, o Vélib, mas não acho muito recomendável (nem os trottinettes, ou patinetes, que estão com os dias contados): ruas estreitas, tráfego intenso, ciclistas selvagens, além do vinho mais acessível. Mas há opção. Ao menos uma vez, se ofereça um passeio pela cidade desta perspectiva, que é quase uma balada noturna conduzida por ciclistas-guias brasileiros com direito a aulinha sobre pontos turísticos. Uma delícia.
Vai lá: Passeio Meia-Noite em Paris by Bike
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Brunch ostentação no Ritz
Nunca um café foi tão glamuroso. Para começar um dia de muitas caminhadas, essa é a dica para os que não abrem mão de aproveitar uma das coisas que a França tem de melhor a oferecer: os prazeres da mesa.
E o “Le Grand Brunch Dominical du Ritz” não tem esse título imponente por acaso. Com uma enorme variedade de alta pâtisserie francesa e pratos salgados, é um cenário digno das cenas mais gourmands de Maria Antonieta, filme cult de Sofia Coppola. Ótima forma de desfrutar de um 5 estrelas clássico sem se hospedar.
E para os que amam uma massa folhada, mas são mais comedidos na quantidade e no investimento, outra opção não menos deliciosa é pinçar o seu mille feuilles preferido no mesmo endereço: a Comptoir, pâtisserie anexa ao hotel, é pilotada pelo chef hypado François Perret. Em uma linha mais tradicional, ali um dos hits são as famosas madeleines, o bolinho em forma de ostra que Marcel Proust imortalizou como uma metáfora de memórias afetivas. Compre uma caixinha para uma pessoa querida.
Vai lá: No brunch do Ritz (€170 por pessoa) e no Le Comptoir
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Aula de cerâmica
Esse é perfeito para um date não alcoólico ou um encontrinho original entre amigas. A Big Band Poterie oferece uma experiência introdutória à confecção de cerâmicas num ateliê típico e com muito jazz de trilha sonora. Além da experiência, o interessante é levar para casa uma peça de cerâmica produzida por você. Bem melhor que o arsenal de badulaques de plástico dos camelôs da rua du Louvre.
Vai lá: Big Band Poterie
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Um dia com a Torre Eiffel
É vista da Torre Eiffel que você quer? Para o dia que for visitar a lendária Dama de Ferro, dá pra fazer um programa completo no entorno sem perder tempo com transporte público.
Depois de visitar a torre, minha dica é almoçar ou jantar com ela no seu campo de visão: no Girafe, a impressão é que ela está no seu quintal. Em pleno Jardins do Trocadéro, o terrasse do restaurante é um desses lugares pra ir ao menos uma vez na vida. Passei um aniversário lá – e a JLo foi com o Ben Affleck na lua de mel. Além do cenário de romance, o Girafe fica no prédio do Musée de l’Homme. Com sua arquitetura imponente de Realismo Socialista, o museu é dedicado à história do homem, dos neandertais ao homo sapiens sapiens da Inteligência Artificial. O mesmo prédio também abriga uma ótima livraria de arte e o Teatro Chaillot, voltado à dança contemporânea. E no mesmo prédio há um lobby bar e um café (no 2º andar) com visão frontal muito próxima da torre. Se não bastar, ao sair do prédio, com vista para a praça do Trocadéro, você encontrará a maior concentração de souvenires da antena mais amada do mundo, de todos os tamanhos e cores.
Vai lá: na Torre Eiffel, no restaurante Girafe, no Musée de l’Homme e no Teatro Chaillot
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Compras na Samaritaine
Um outro clássico dos programinhas de Paris é ir às compras e a Samaritaine é o endereço incontornável da temporada. Especializada em marcas de luxo como o Bon Marché, o BHV e a Galerie Laffayette, a La Samaritaine se diferencia por ser mais central e menor que os demais. Além de bater menos perna, a Samaritaine vai agradar quem não pisa em Paris há algum tempo e está em busca de novidades, já que a galeria reabriu em junho de 2021 depois de 16 anos de hibernação e 5 de reforma.
Mais moderna que os outros magazines, o arquiteto que a criou em 1907 definiu-a bem: “O meu prédio não é uma matrona austera, é uma pequena dama um pouco maluca que faz psiu aos passantes”. A dama é Art Nouveau, com escadarias de aço ornamental, afrescos e fachadas de pavão. Além da reforma grandiosa que contou com a assinatura de diversos arquitetos célebres – um pra cada setor – nos edifícios originais Art Nouveau e Art Déco, foi criado um anexo moderno (sentido rue de Rivoli) assinado pela Sanaa, escritório japonês premiado com o Pritzker, o Nobel da arquitetura. Fica ao lado do hotel Cheval Blanc, um dos 22 sobre os quais eu falei aqui. Pra facilitar as buscas pelo robe da próxima festa ou encontrinho (diga “soirée”), veja as 24 boutiques em Paris que selecionei.
Vai lá: La Samaritaine
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Pool party no Rio Sena
Na ausência de uma praia, o OFF Paris Seine é o primeiro hotel flutuante da cidade, com piscina de borda infinita (e bóias de flamingo). Enquanto a prefeita Madame Hidalgo não conclui a despoluição do Sena, é possível ao menos nadar sobre ele. Fica próximo da gare de Austerlitz, no 13ème (contei um pouco sobre o bairro quando falei sobre o Roof Hôtel, na matéria sobre os hotéis de Paris).
Vai lá: OFF Paris Seine
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Fazer um retrato em Montmartre
Quer conhecer um típico ateliê de artista de Paris em atividade? A arquitetura desses imóveis é uma atração à parte. Os ateliês são apartamentos com vidraças do chão ao teto, às vezes também com enormes clarabóias. Quando foram construídas, a intenção era favorecer o trabalho dos artistas com abundância de luz natural. Esses estúdios foram moradia dos maiores artistas do século 19 e 20 e estão mais concentrados em áreas como Montmartre (18ème) e Montparnasse (14ème ou a região que circunda o cemitério homônimo). Devido aos altos custos de aluguel, muitos deixaram seus ateliês pra trás e os lugares acabaram virando residência particular, dificultando as visitas. A rua onde moro, a Notre-Dame-des-Champs, também é conhecida por seus ateliês de nomes célebres como Camille Claudel e a academia de Fernand Léger, mas por aqui também são pouquíssimos os artistas resistentes.
Por isso, uma boa experiência com o espírito de Paris vintage é encomendar um portrait pop figurativo de um pintor em seu estúdio. A única sugestão de que eu tenho notícias é o artista Louis Thomas.
Vai lá: Louis Thomas
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