Mochila Pride

A jornalista Ludmilla Balduino leva na mochila uma vontade de percorrer o mundo ocupando as ruas, conhecendo o diferente, conversando com as pessoas e trocando boas ideias
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O mundo precisa de hostels que aceitem idosos. Ou vai precisar

Acabei de voltar de férias. Fiquei um mês vagando por aí, e conheci oito hostels nas minhas andanças. Qual foi a minha surpresa ao ver que um deles, na cidade de Tel Aviv, já avisava no pré-booking que não são aceitos hóspedes com idade superior a 45 anos. Peraí: eu já vi hotéis (e hostels) implicarem com […]

Por Ludmilla Balduino
Atualizado em 27 fev 2017, 15h17 - Publicado em 27 jul 2015, 10h02

Acabei de voltar de férias. Fiquei um mês vagando por aí, e conheci oito hostels nas minhas andanças. Qual foi a minha surpresa ao ver que um deles, na cidade de Tel Aviv, já avisava no pré-booking que não são aceitos hóspedes com idade superior a 45 anos.

Peraí: eu já vi hotéis (e hostels) implicarem com crianças. Mas com idosos, vale?

Bom, por enquanto, vale. O hostel (é este aqui – aliás, recomendo muito se você é jovem, está viajando sozinho, quer encontrar uma galera, fumar shisha de graça e beber cerveja barata) consegue se manter lotado. E o mundo ainda é cheio de jovens viajantes cheios de energia. Mas e quando a maioria da população for de idosos?

Hostels não vão acabar. Esse tipo de hospedagem ajudou a desenvolver uma nova perspectiva sobre viajar. Não se trata de ficar hospedado em uma espécie de bolha, com alguém para carregar suas malas, arrumar seu quarto, trocar suas toalhas e deixar chocolate sobre a cama perfeita. Não é sobre “comprar passeios” e ser levado por guias para os locais mais interessantes, sem sair do ar-condicionado e sem conhecer pessoas novas.

Quem se hospeda em hostel acaba vivenciando muito mais o local. Não só absorvendo melhor a cultura dali, como também encontrando pessoas diferentes, de culturas que a gente nunca imaginaria que conheceria. No hostel, a gente troca experiências, mesmo quando há dificuldade de comunicação pelas incompatibilidades de idiomas. E entende que o mundo é, sim, muito maior e mais interessante do que o local que você está visitando – por mais que ele seja lindo e maravilhoso.

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Hostels são maravilhosos demais para aceitar apenas jovens. Com o tempo, espero que essa política de restrição de faixa etária deixe de existir. Aliás, será preciso deixar de existir, para o bom funcionamento (leia-se lucro) dos hostels. Em Jerusalém, fiquei em um que só tinha limitação de idade para menores de 18 anos. Foi incrível e também recomendo: é o Abraham Hostel. Em uma manhã, tomei café com uma família cuja avó é mexicana, a filha também nasceu no México, mas vive nos Estados Unidos e fala português fluente, e o neto é israelense e está tentando aprender português também, e o português do Brasil, só porque acham que o nosso idioma (e o nosso país) são lindos.

Mais tarde, conheci uma alemã gente boa, 10 anos mais nova que eu (aliás, a ideia de escrever sobre hostels para idosos veio de uma conversa que tivemos). Nos encontramos novamente à noite e conhecemos um senhor italiano, pra lá dos seus 60 anos, viajando sozinho e se divertindo à beça no salão comunal, tomando uma cerveja ao lado da mesa de bilhar e jogando conversa fora.

O tempo passa e a idade vem. Para todos. Mas, definitivamente, não é a idade que vai te fazer se sentir mais velho. E sim o jeito que você encara a sua vida. Por isso, mentalizo minhas boas energias para que haja mais hostels que aceitem idosos no mundo. Para a gente não só encontrar pessoas de culturas diferentes, como também de épocas diferentes.

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*********Banheiros compartilhadosssssssssss***********

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