Mochila Pride

A jornalista Ludmilla Balduino leva na mochila uma vontade de percorrer o mundo ocupando as ruas, conhecendo o diferente, conversando com as pessoas e trocando boas ideias
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Organização promove a troca de experiências entre viajantes e fazendas orgânicas

Uma viagem bem feita é aquela em que passamos por situações que nos transformam em pessoas melhores. É descobrindo lugares, e principalmente, pessoas, que alteramos nossas visões limitadas, derrubamos preconceitos, nos libertamos para aceitar ideias revolucionárias. E uma boa maneira de fazer uma viagem bem feita é trocando experiências com pessoas de culturas quase nada […]

Por Ludmilla Balduino
Atualizado em 27 fev 2017, 15h09 - Publicado em 8 mar 2016, 21h09

Uma viagem bem feita é aquela em que passamos por situações que nos transformam em pessoas melhores. É descobrindo lugares, e principalmente, pessoas, que alteramos nossas visões limitadas, derrubamos preconceitos, nos libertamos para aceitar ideias revolucionárias.

E uma boa maneira de fazer uma viagem bem feita é trocando experiências com pessoas de culturas quase nada parecidas com a nossa. Se você, assim como eu, mora em uma cidade grande, tem poucas chances de entrar em contato com a natureza, e sente muita falta disso, precisa conhecer o WWOOF.

A organização (cuja sigla significa, em inglês, algo como “Oportunidades no mundo todo em fazendas orgânicas”) promove o encontro entre pequenos produtores do mundo inteiro com viajantes interessados em trabalhar nessas fazendas. O processo é simples: o viajante ajuda com o trabalho (qualquer tipo de trabalho) e em troca ganha hospedagem e alimentação.

Quem conhece os fazendeiros orgânicos brasileiros, que têm produção baseada na agricultura familiar, ou seja, com pouca mão-de-obra, sabe o quanto é difícil para esses caras encontrarem recursos humanos para trabalhar no campo. Com a debandada da população para as cidades, há cada vez menos trabalhadores em fazendas. Fazer parte de um programa de voluntariado como o WWOOF é não só ajudar no crescimento e na manutenção deste tipo de produção, como também se sentir responsável por cuidar do meio ambiente. E entender que o trabalho é de formiguinha. Desde o momento de plantar até a venda dos produtos. E ao mesmo tempo, apaixonante.

Como surgiu essa ideia?

O WWOOF foi criado em 1971 pela secretária Sue Coppard, que vivia em Londres e, assim como muitos de nós, viajantes, sentia falta do contato com a vida rural. Em um fim de semana de outono, Sue juntou uns amigos, fez contato com uma fazenda de produção orgânica e todos foram lá trocar experiências. Hoje, o projeto é gigantesco: há fazendas disponíveis do mundo inteiro – inclusive no Brasil – e é possível ficar muito mais do que um fim de semana.

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Funciona assim: o voluntário trabalha de 4 a 6 horas por dia, e pode ajudar em tarefas como semear, cuidar do jardim, fazer compostos, cortar madeira, tratar hortas, colher, tirar leite, alimentar animais, construir cercas… Também tem umas tarefas “elegantes”, como ajudar na produção de vinhos, de queijos e de pães. Mas não pense que a vida no campo é fácil: o trabalho é bruto!

Depois de escolher o país em que deseja ter a experiência, basta se cadastrar no site do WWOOF para ter acesso ao banco de dados de fazendas cadastradas na região escolhida, entrar em contato com os fazendeiros e agendar a estadia.

Participar do WWOOF no Brasil, por exemplo, custa 38 dólares, e a associação vale por um ano. Depois de se associar, você recebe um arquivo com a lista de fazendas interessadas em receber voluntários, com todos os contatos, e até fotos. Tem um monte de fazendas brasileiras inscritas na organização. É uma ótima ideia para viajar, contribuir para uma boa causa e gastar pouquíssimo (gente, é só a inscrição e a passagem). Não dizem por aí que é na crise  que vem a oportunidade? Taí, de bandeja. Sem agrotóxicos. E com muito amor. <3

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Ficou interessado? No site oficial tem mais informações e links para todos os países onde a organização atua.

Siga-me no Instagram: @ludmillabalduino

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