Além-mar

Rachel Verano rodou o mundo, mas foi por Portugal que essa mineira caiu de amores e lá se vão, entre idas e vindas, quase dez anos. Do Algarve a Trás-os-Montes, aqui ela esquadrinha as descobertas pelo país que escolheu para chamar de seu
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AdegaMãe: vinícola incrível fora do circuito Alentejo/Douro

A 40 quilômetros de Lisboa, um oásis de design e bons vinhos ainda não descoberto pelo turismo de massa

Por Rachel Verano
Atualizado em 2 set 2019, 15h19 - Publicado em 29 ago 2019, 12h41

Responda rápido: quais são as regiões vinícolas de Portugal? Aposto que 15 em cada 10 pessoas vão falar Alentejo e Douro. E não apenas falar, mas também concentrar as visitas a vinícolas nessas duas regiões do país. Acontece que Portugal é um gigante do mundo dos vinhos, e restringir as possibilidades apenas às duas regiões mais famosas é uma pena.

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Detalhes da arquitetura: linhas retas e ângulos inusitados (Bruno Barata/Reprodução)
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Eu disse ângulos inusitados? (Bruno Barata/Reprodução)

Recentemente estive na região da Ericeira, dona de um litoral espetacular, e pesquisei por uma vinícola nos arredores por pura curiosidade. E foi assim, desavisadamente, que esbarrei na AdegaMãe. Razões eu tinha de sobra para já conhecê-la – inclusive alguns de seus vinhos são vendidos no Brasil. Mas enfim… há sempre lapsos nesta vida.

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Os belos vinhedos dos arredores (Bruno Barata/Reprodução)
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Para começar, a AdegaMãe chama a atenção de longe na paisagem pelo projeto assinado pelo arquiteto Pedro Mateus: um grande caixote branco no meio dos vinhedos, em contraposição ao sobe e desce de colinas suaves dos arredores. A ideia foi construir um mirante que se abrisse para a paisagem – fato escancarado logo na chegada. Do lado de fora, recortes nos muros e paredes revelam ângulos surpreendentes. Do lado de dentro, paredes de vidro trazem as vinhas para dentro dos salões.

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A sala de fermentação: high-tech (Bruno Barata/Reprodução)
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A sala de envelhecimento em barricas de carvalho (Bruno Barata/Reprodução)
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A visita é uma surpresa. Passa pela sala de fermentação, pela de envelhecimento, e pode terminar com diferentes tipos de degustação. Também é possível reservar um brunch e refeições especiais. Há uma loja que vende os vinhos da casa, entre os quais merece destaque o AdegaMãe 221, elaborado 100% com uvas Alvarinho – mérito do dueto de enólogos Anselmo Mendes e Diogo Lopes. Uma agradável revelação que vale o investimento (cerca de € 30 a garrafa).

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Lounge na loja dos vinhos: belos exemplares (Bruno Barata/Reprodução)
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Alguns vinhos da casa: boas surpresas (Bruno Barata/Reprodução)
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Novata no mundo dos vinhos, a AdegaMãe realizou a sua primeira colheita em 2009 e foi oficialmente inaugurada em 2011. Ela nasceu da paixão pelo universo da bebida no seio de uma família intimamente ligada às tradições portuguesas: os Alves da Ribeiralves, um dos maiores nomes do mercado de bacalhau do país. Hoje são 40 hectares de vinhedos na denominação de origem de Lisboa, e uma capacidade de produção de 1,5 milhão de litros por ano. Cheers!

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A beira-mar da Ericeira, a meia hora de distância: bela dobradinha (Bruno Barata/Reprodução)

Anote ai: a AdegaMãe fica na região de Torres Vedras e as visitas podem ser feitas de segunda a sábado entre 9h30 e 18h30 e aos domingos entre 11h e 18h (há sempre um intervalo de almoço entre 13h e 14h). Com direito a degustação, custam desde € 6 por pessoa (podendo chegar aos € 25, dependendo dos vinhos escolhidos). Recomenda-se reservar com antecedência. A vinícola está a cerca de uma hora de Lisboa e a metade disso da Ericeira – uma dobradinha e tanto em uma escapada perfeita da capital.

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