Nazaré, em Portugal: ondas mais altas que um prédio de 10 andares
Um pequeno guia sobre Nazaré, cidadezinha a uma hora e meia de Lisboa que tem o recorde da maior onda já surfada do planeta
Não faz muitos anos que o mundo conheceu a fúria da natureza num cantinho do litoral português cerca de uma hora e meia ao norte de Lisboa. O responsável pela grande fama de Nazaré e suas ondas gigantes foi o surfista havaiano Garrett McNamara, um apaixonado pela região, que já disse que ela é a mais bonita do mundo – junto com o Havaí, claro.
Desde então, o mundo aguarda ansiosamente, ano após ano, pelo mês de outubro, quando o frio e o vento entram com tudo e formam ondas impressionantes e arrebatadoras de mais de 30 metros de altura na Praia do Norte. Detalhe: pertinho da areia. O fenômeno se repete até o final do inverno e é possível assistir a tudo de camarote.
Nessa época, os maiores nomes do surf mundial de ondas gigantes batem ponto nesta vilinha de casas brancas e pouco mais de 15 mil habitantes, cheia de peculiaridades. Deu vontade de ir conferir? Aqui vão 10 coisas que você precisa saber sobre a Nazaré:
- O fenômeno das ondas gigantes encontra explicação na geografia local. O chamado canhão da Nazaré é um cânion submarino enorme com mais de 170 quilômetros de extensão e 5 mil metros de profundidade. Quando chega perto da costa, já bem mais raso, ele propaga a água do mar formando verdadeiras paredes. Carlos Burle, Maya Gabeira (quem não se lembra do acidente gravíssimo que ela sofreu aqui?), Lucas Chumbinho, Jamie Mitchel, Tom Lowe, entre outros, são habitués.
- O melhor ponto para assistir as ondas – e os surfistas mais poderosos do mundo a desafiá-las – é o alto do morro que dá acesso à Praia do Norte, onde fica o famoso Forte de São Miguel Arcanjo, que remonta ao século 16, presente em 9 de cada 10 fotos das ondas gigantes.
- Dentro do forte, coroado por um lindo farol, funciona uma espécie de museu do surf, com pranchas e jet-skis das maiores lendas que já surfaram por lá.
- As barraquinhas de praia da região são uma aula de antropologia: elas são fechadas como casinhas e não ficam viradas para o mar, mas uma para as outras, desenhando “ruas” na areia. (Em tempo: elas ficam na praia principal da cidade, frequentada por banhistas, não na praia das ondas gigantes.)
- As nazarenas, como são chamadas as senhoras de Nazaré, se vestem de maneira super curiosa: geralmente de negro, normalmente de lenço na cabeça e com saias rodadíssimas – mais precisamente sete saias, segundo reza a lenda. Elas ganham a vida vendendo outra curiosidade master que já virou atração turística: os famosos peixes secos de Nazaré.
- Os peixes secos ao natural, que ficam expostos ao sol na praia, são um verdadeiro cartão-postal local. Prepare-se: o mau humor das vendedoras é parte do programa.
- Um dos melhores restaurantes da cidade é a Taberna d’Adélia, no centro. A espetada de peixe, lula e camarão na brasa é imperdível, assim como as sobremesas caseiras que aterrisam em uma bandeja para você escolher na própria mesa.
- O calçadão da praia do centro tem um lindo mosaico de pedras portuguesas. Alô, Copacabana! Ali, duas barraquinhas são imperdíveis: a que vende ginja em copos de chocolate e a que vende as famosas bolas de Berlim, com os mais variados recheios (esqueça a vida saudável água de coco-açaí dos nossos trópicos).
- A parte alta da cidade, conhecida como Sítio da Nazaré, tem uma linda igreja, vendedores ambulantes que vendem famosos frutos secos e lindas vistas das praias lá embaixo.
- Um programa imperdível à noite é explorar o menu da Taverna do 8 ó 80, um wine bar que tem uma boa seleção de vinhos em taça e tapas deliciosas que incluem até uma versão local das famosas patatas bravas do chef espanhol Sergi Arola.
No próximo post eu vou falar sobre onde ficar na cidade. E já fica a promessa de um fotolog assim que começarem as ondas gigantes.