Ramiro, em Lisboa: o maravilhoso mundo do marisco português
Este clássico com mais de 60 anos ficou famoso no mundo todo depois da visita do Anthony Bourdin, mas, além das filas, quase nada mudou (ainda bem!)
![Panelinha de amêijoas a Bulhão Pato: imperdível](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2018/03/dsf6531.jpg?quality=70&strip=info&w=1024)
Santola. Sapateira. Berbigões. Búzios. Lambujinhas. Percebes. Amêijoas. Aaaaaaah, amêêêêijoas…
![Os esquisitões (e deliciosos) percebes: gosto de maresia](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2018/03/dsf6532.jpg?quality=70&strip=info&w=1024)
O universo dos frutos do mar português guarda muitos segredos. Alguns fofinhos e inofensivos, outros de aparência tenebrosa e desafiadora. O melhor ambiente para desvendá-los? As clássicas “cervejarias”.
![A brigada sempre a postos: tudo fresquinho](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2018/03/dsf6519.jpg?quality=70&strip=info&w=1024)
Cervejaria é sinônimo de marisqueira em Portugal. E o ambiente é quase sempre o mesmo: luz branca, aquários gigantes, garçons a mil, barulho, cheiro de mar. Troque o charme pela experiência. E aqui ela é quase sempre antropológica.
![Aquário de lagostas: decoração da casa, ao lado de painéis de azulejos da Viúva Lamego](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2018/03/dsf6513.jpg?quality=70&strip=info&w=1024)
Com mais de 60 anos de história e uma localização duvidosa, na Almirante Reis, a Cervejaria Ramiro é um clássico. Há décadas que é a grande referência em mariscos e frutos do mar em Lisboa, mas desde que Anthony Bourdin fez uma visitinha e abriu seu episódio sobre Lisboa por lá, na companhia dos chefs Henrique Sá Pessoa e José Avillez, que a casa vive uma espécie de surto turístico. Um surto que não passa, diga-se.
![Ostras do Algarve: para abrir os trabalhos](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2018/03/dsf6528.jpg?quality=70&strip=info&w=1024)
Filas que ocupam a calçada, chamadas por senha, esperas de mais de uma hora são comuns aos finais de semana. A pedida é arriscar um horário nada a ver, aproveitando que a casa funciona ininterruptamente do meio-dia à meia-noite (fecha às segundas!). Estive lá nesta quarta às 15h e voilà! Mesa na hora, serviço tranquilo, os mesmos frutos do mar impecavelmente preparados de sempre.
![Alvarinho do Minho: o acompanhamento perfeito](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2018/03/dsf6543.jpg?quality=70&strip=info&w=1024)
Embora o menu hoje em dia seja um iPad e a fila de espera seja gerida por painéis eletrônicos, o lado hi-tech para por ai. Viveiros mantém os animais vivos no subsolo para que eles cheguem fresquíssimos à mesa, preparados de maneiras ultra tradicionais: com azeite, com alho, ao natural.
![Gambas a la Aguilho: chegam borbulhando à mesa](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2018/03/dsf6542.jpg?quality=70&strip=info&w=1024)
Nossa orgia começou com ostras. Grandes, carnudas, vindas do Algarve e acompanhadas apenas de limão siciliano. Na sequência aterrizaram percebes morninhos, aqueles mariscos negros que lembram uma minipata de dinossauro. A sensação é a de mastigar a maresia. Para acompanhar, vinho verde da casta alvarinho, a grande estrela do Minho.
![Pose com a santola escolhida](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2018/03/dsf6539.jpg?quality=70&strip=info&w=1024)
E então chegou a hora das amêijoas (vulgo vôngole), a minha grande paixão. À Bulhão Pato elas vêm com um molhinho à base de alho e vinho. E coentros, ou não estaríamos em Portugal. Pedimos uma. E depois outra.
![E a santola preparada: bela surpresa](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2018/03/dsf6548.jpg?quality=70&strip=info&w=1024)
A festa ainda continuou com gambas a la aguilho (fritinhas ao alho e óleo) e santola, um caranguejo gigante que primeiro é apresentado ao vivo e a cores e depois de poucos minutos chega preparado à moda da casa: cozido e com uma pastinha feita com a carne. Foi a estrela do dia (depois das amêijoas, sempre).
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