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Be my guest

“Airbnbs” de refeições tentam se popularizar com preços e atmosfera amigáveis

Por Daniel Setti
Atualizado em 16 dez 2016, 07h57 - Publicado em 31 jul 2013, 01h00

De um lado, pessoas que gostam de cozinhar e resolvem abrir as portas de casa para ganhar um trocado. Do outro, clientes avessos aos preços dos restaurantes e entusiastas da atmosfera caseira, da cultura local e do slow food. Na ligação entre eles, serviços on-line que cadastram anfitriões, fazem reservas e tiram uma comissãozinha. Novo, o mercado de start-ups culinárias ainda está longe dos milhões de adeptos dos sites de aluguel de casas e quartos – o mais famoso deles é o Airbnb. Mas a multiplicação do serviço, vide o Meal Sharing (mealsharing.com), presente em 325 cidades, mostra o apetite pela ideia. A VT testou o Eatwith (eatwith.com), muito popular em Barcelona e prestes a ser lançado no Brasil.

A reserva

O sistema ainda tem perfis com poucos reviews e fotos ruins. Mas, ao se aprofundar nos oito filtros – como tipo de cozinha e idiomas falados –, encontra-se gente como o Tom. Designer gráfico catalão de 42 anos, ele morou por dez anos em Floripa e voltou a Barcelona fluente em português. Seu menu: € 21.

Localização e ambiente

Tom e seu companheiro Ferran moram longe do Centro, mas perto do metrô Nou Barris. A agradável cobertura no quinto andar de um prédio sem elevador – detalhe avisado no perfil – exibe objetos de quem rodou o mundo. Na mesa, toques como a velinha acesa disfarçam as louças populares da Ikea.

Os anfitriões

Experiente em caterings, Tom estreava no Eatwith com aparente nervosismo, enquanto Ferran sobrava em simpatia. A sensação era a de estar na casa de um amigo. “Como meu trabalho não vai bem, resolvi tentar”, contou Tom. “Amo cozinhar.” O sentimento é comum aos hosts do Eatwith, até porque ainda não existe rotatividade para a empreitada virar profissão. Há os gastos com ingredientes, as horas de cozinha, os 15% do valor do Eatwith e a capacidade do apê (ele só recebe até quatro pessoas).

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Os pratos

As criações não emocionaram nem decepcionaram: o bolinho de bacalhau veio crocante, mas as lulas fritas estavam borrachudas; o creme de abóbora com lagostins ficou delicioso, mas o canelone de abobrinha e o gâteau de crema catalana passaram sem louvor. Duas taças de vinho e um café regaram o jantar, que terminou com os anfitriões à mesa – Tom só participa se o cliente quiser e, tímido, não sabia onde se enfiar na própria casa.

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