Partindo do município de Campo Novo dos Parecis, no Mato Grosso, é possível conhecer a fundo a cultura do povo Paresi-Haliti e as belezas naturais da floresta onde vivem. 80% das atrações da Rota dos Parecis estão dentro de reservas indígenas, como o impressionante Salto Utiariti, cachoeira grande e caudalosa que cai de um despenhadeiro que pode ser explorado com rapel.
A Rota dos Parecis, compromissada com o etnoturismo, torna-se um chamariz para o estado do Mato Grosso, que pretende fazer do turismo ecologicamente responsável uma de suas principais atividades econômicas nos próximos anos.
A 380km de Cuiabá, Campo Novo dos Parecis conta com estrutura para acomodar turistas, como hotéis e restaurantes, além de agências de turismo que oferecem passeios pela região.
Cerca de 30% do território do município é composto por terras indígenas (são hoje 12 aldeias) e é cortado por seis rios, onde é possível praticar rapel, rafting, canoagem, flutuação e mergulho livre.
![A Rota dos Parecis vem sendo estruturada para oferecer à comunidade não indígena a oportunidade de vivenciar o dia-a-dia indígena. Durante o roteiro turístico, é possível conhecer a cultura e hábitos dos povos Paresi-Halití, bem como desfrutar de cenários incríveis nas bacias dos rios Verde, Sacre e Papagaio, com suporte e estrutura A Rota dos Parecis vem sendo estruturada para oferecer à comunidade não indígena a oportunidade de vivenciar o dia-a-dia indígena. Durante o roteiro turístico, é possível conhecer a cultura e hábitos dos povos Paresi-Halití, bem como desfrutar de cenários incríveis nas bacias dos rios Verde, Sacre e Papagaio, com suporte e estrutura](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/js_fampress-rota-parecis-em-campo-novo-das-parecis_00502042016-junior-silgueiro-gcom-mt.jpeg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Uma das aldeias da rota é a Wazare, criada há cinco anos pelo cacique Rony Azoinaice (foto acima), às margens do Rio Verde. Localizada a 60 km de Campo Novo do Parecis, lá o visitante tem a oportunidade de vivenciar um "dia de índio". Os indígenas convidam os turistas a vestir ornamentos indígenas, dançar, cantar e pintar seus corpos conforme o costume da tribo Uma das aldeias da rota é a Wazare, criada há cinco anos pelo cacique Rony Azoinaice (foto acima), às margens do Rio Verde. Localizada a 60 km de Campo Novo do Parecis, lá o visitante tem a oportunidade de vivenciar um "dia de índio". Os indígenas convidam os turistas a vestir ornamentos indígenas, dançar, cantar e pintar seus corpos conforme o costume da tribo](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/js_fampress-rota-parecis-em-campo-novo-das-parecis_01601042016-junior-silgueiro-gcom-mt.jpeg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![A aldeia Wazare foi criada com o objetivo específico de desenvolver o turismo indígena. Na aldeia, vivem atualmente 37 índios, pertencentes a doze famílias da etnia Paresi. Antes da criação da aldeia, eles viviam na dos avós do cacique Rony Azoinaice. “Durante o tempo em que estive na cidade estudando eu senti essa necessidade que os não-índios têm em conhecer um pouco mais da nossa cultura, por isso decidimos criar a aldeia Wazare especificamente voltada ao turismo”, relata o cacique A aldeia Wazare foi criada com o objetivo específico de desenvolver o turismo indígena. Na aldeia, vivem atualmente 37 índios, pertencentes a doze famílias da etnia Paresi. Antes da criação da aldeia, eles viviam na dos avós do cacique Rony Azoinaice. “Durante o tempo em que estive na cidade estudando eu senti essa necessidade que os não-índios têm em conhecer um pouco mais da nossa cultura, por isso decidimos criar a aldeia Wazare especificamente voltada ao turismo”, relata o cacique](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/js_fampress-rota-parecis-em-campo-novo-das-parecis_01302042016-junior-silgueiro-gcom-mt.jpeg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![A iniciativa tem apoio da prefeitura de Campo Novo do Parecis, cidade que sempre teve afinidade com a cultura indígena devido à sua proximidade com diversas reservas. “Hoje buscamos ampliar essa parceria com os governos estadual e federal, pois o turismo é uma forma de valorizar nossa cultura e manter de forma sustentável os nossos costumes”, ressalta o cacique Rony Azoinaice A iniciativa tem apoio da prefeitura de Campo Novo do Parecis, cidade que sempre teve afinidade com a cultura indígena devido à sua proximidade com diversas reservas. “Hoje buscamos ampliar essa parceria com os governos estadual e federal, pois o turismo é uma forma de valorizar nossa cultura e manter de forma sustentável os nossos costumes”, ressalta o cacique Rony Azoinaice](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/js_fampress-rota-parecis-em-campo-novo-das-parecis_01901042016-junior-silgueiro-gcom-mt.jpeg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![O cacique tem formação superior e pós-graduação em Línguas e estimula que outros indígenas procurem se especializar nas formações que antes eram exclusivas dos imutís (não-índios) e voltar à sua terra para atender à propria comunidade. Entre os cursos mais comuns estão pedagogia, para atuar na formação das crianças na escola da aldeia, e também direito, farmácia e enfermagem O cacique tem formação superior e pós-graduação em Línguas e estimula que outros indígenas procurem se especializar nas formações que antes eram exclusivas dos imutís (não-índios) e voltar à sua terra para atender à propria comunidade. Entre os cursos mais comuns estão pedagogia, para atuar na formação das crianças na escola da aldeia, e também direito, farmácia e enfermagem](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/js_fampress-rota-parecis-em-campo-novo-das-parecis_01102042016-junior-silgueiro-gcom-mt.jpeg?quality=90&strip=info&w=928&w=636)
![Mesmo tendo estudado em universidades nas cidades, os indígenas não perdem suas origens: seguem vivendo em hatys (moradia tradicional dos Paresis), agora turbinadas com piso, móveis, aparelhos eletrônicos e telefones celulares. Esta acima é a aldeia Wazare Mesmo tendo estudado em universidades nas cidades, os indígenas não perdem suas origens: seguem vivendo em hatys (moradia tradicional dos Paresis), agora turbinadas com piso, móveis, aparelhos eletrônicos e telefones celulares. Esta acima é a aldeia Wazare](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/js_fampress-rota-parecis-em-campo-novo-das-parecis_00801042016-junior-silgueiro-gcom-mt.jpeg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Além de vestir-se, pintar-se e comer como os indígenas, os turistas também têm aulas de arco-e-flecha tradicional da etnia. Além de vestir-se, pintar-se e comer como os indígenas, os turistas também têm aulas de arco-e-flecha tradicional da etnia.](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/jrs-1203-2-junior-silgueiro-gcom-mt.jpeg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Outro ponto alto da Rota dos Parecis é o Salto Utiariti, grande cachoeira do rio Papagaios. Ela tem queda de aproximadamente 90 metros e muita, muita água! Ela fica dentro da aldeia Utiariti e é um dos saltos mais imponentes do Mato Grosso (e olha que não faltam cachoeiras no estado). Outro ponto alto da Rota dos Parecis é o Salto Utiariti, grande cachoeira do rio Papagaios. Ela tem queda de aproximadamente 90 metros e muita, muita água! Ela fica dentro da aldeia Utiariti e é um dos saltos mais imponentes do Mato Grosso (e olha que não faltam cachoeiras no estado).](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/js_fampress-rota-parecis-em-campo-novo-das-parecis_00102042016-junior-silgueiro-gcom-mt.jpeg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Partindo da aldeia, uma pequena caminhada leva à parte superior da cachoeira, onde há um poço para banho.Nele, há correntes de água quente e fria! Partindo da aldeia, uma pequena caminhada leva à parte superior da cachoeira, onde há um poço para banho.Nele, há correntes de água quente e fria!](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/js_fampress-rota-parecis-em-campo-novo-das-parecis_00302042016-junior-silgueiro-gcom-mt.jpeg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![É possível descer o salto de rapel. Materiais de segurança e treinamento para seu uso são fornecidos pelos guias da Rota dos Parecis É possível descer o salto de rapel. Materiais de segurança e treinamento para seu uso são fornecidos pelos guias da Rota dos Parecis](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/jrs-2081-junior-silgueiro-gcom-mt.jpeg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Para ver o salto frente a frente, é preciso caminhar por uma trilha mais íngreme e cercada de mata mais fechada. De cima do mirante a vista é de tirar o fôlego Para ver o salto frente a frente, é preciso caminhar por uma trilha mais íngreme e cercada de mata mais fechada. De cima do mirante a vista é de tirar o fôlego](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/js_fampress-rota-parecis-em-campo-novo-das-parecis_00202042016-junior-silgueiro-gcom-mt.jpeg?quality=90&strip=info&w=928&w=636)
![Na aldeia Quatro Cachoeiras, que também faz parte da Rota dos Parecis, os turistas aprendem a preparar a chicha, bebida fermentada feita com mandioca. Pedaços de mandioca ralada são colocados em uma bacia e levados para secar no quintal ou guardados em cima do jirau. Quando estão totalmente secos e duros, são pilados, reduzidos a pó e misturados a polvilho já seco. Esse pó é torrado, e acrescido de água e açúcar. Filtra-se esta mistura, e a chicha queimada está pronta. Ela é então armazenada em cabaças e se torna uma bebida gaseificada com leve teor alcoólico Na aldeia Quatro Cachoeiras, que também faz parte da Rota dos Parecis, os turistas aprendem a preparar a chicha, bebida fermentada feita com mandioca. Pedaços de mandioca ralada são colocados em uma bacia e levados para secar no quintal ou guardados em cima do jirau. Quando estão totalmente secos e duros, são pilados, reduzidos a pó e misturados a polvilho já seco. Esse pó é torrado, e acrescido de água e açúcar. Filtra-se esta mistura, e a chicha queimada está pronta. Ela é então armazenada em cabaças e se torna uma bebida gaseificada com leve teor alcoólico](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/fazendo-chicha-na-aldeia-quatro-cachoeiras-foto-jose-medeiros.jpeg?quality=90&strip=info&w=921&w=636)
![Em cerimônias festivas, a chicha queimada é feita em grandes quantidades e posta para fermentar em cochos de madeira de buriti, que dá origem a outro tipo de chicha fermentada (ou oloniti). A bebida permanece nesse cocho por 15 ou 20 dias, quando começa a azedar Em cerimônias festivas, a chicha queimada é feita em grandes quantidades e posta para fermentar em cochos de madeira de buriti, que dá origem a outro tipo de chicha fermentada (ou oloniti). A bebida permanece nesse cocho por 15 ou 20 dias, quando começa a azedar](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/aldeia-quatro-cachoeiras-foto-jose-medeiros-3442-3.jpeg?quality=90&strip=info&w=921&w=636)
![Durante o passeio, o turista também irá conhecer o jikunahati, uma espécie de futebol de cabeça, ou cabeça-bol. Este é um jogo disputado com uma bola de mangaba chamada igomaliró. A bola é arremessada com um golpe de cabeça entre duas equipes dispostas em um campo retangular, dividido em duas partes por uma linha riscada no chão. Cada equipe é formada por homens de um mesmo grupo local ou por indivíduos que se consideram ihinaiharé kaisereharé (parentes verdadeiros) Durante o passeio, o turista também irá conhecer o jikunahati, uma espécie de futebol de cabeça, ou cabeça-bol. Este é um jogo disputado com uma bola de mangaba chamada igomaliró. A bola é arremessada com um golpe de cabeça entre duas equipes dispostas em um campo retangular, dividido em duas partes por uma linha riscada no chão. Cada equipe é formada por homens de um mesmo grupo local ou por indivíduos que se consideram ihinaiharé kaisereharé (parentes verdadeiros)](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/js_fampress-rota-parecis-em-campo-novo-das-parecis_01002042016-junior-silgueiro-gcom-mt.jpeg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Uma aldeia deve convidar a outra para jogar - e o convite é irrecusável! Os Paresi se referem ao convite como “desafio”. Nas festas de chicha, quando vários grupos se reúnem, os dias são praticamente dedicados aos jogos de bola, em que se confrontam grupos de aldeias ihinaiharé kaisereharé (parentes verdadeiros) e aldeias ihinaiharé sekoré (parentes de consideração) Uma aldeia deve convidar a outra para jogar - e o convite é irrecusável! Os Paresi se referem ao convite como “desafio”. Nas festas de chicha, quando vários grupos se reúnem, os dias são praticamente dedicados aos jogos de bola, em que se confrontam grupos de aldeias ihinaiharé kaisereharé (parentes verdadeiros) e aldeias ihinaiharé sekoré (parentes de consideração)](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/js_fampress-rota-parecis-em-campo-novo-das-parecis_01202042016-junior-silgueiro-gcom-mt.jpeg?quality=90&strip=info&w=928&w=636)
![Ao formar uma equipe, ela indica um indivíduo para cumprir o papel de apostador. Antes de o jogo começar, cada jogador entrega objetos variados aos apostadores, como caixas de fósforo, linhas de pesca, anzóis, pentes, sabonetes, peças de vestuário, armas e munição, para serem apostados. Os apostadores ficam lado a lado e sentam-se, próximos à casa do chefe da aldeia. As mulheres e as crianças assistem ao jogo juntos, perto das casas. As apostas são feitas antes de cada partida e continuam até que os apostadores não tenham mais o que apostar. Em geral, o jogo é suspenso quando uma das equipes não tem mais coisas para apostar, e então o apostador da outra equipe distribui o resultado pelos jogadores. Mas atenção, o jogo só é suspenso: ele só chega ao final quando as duas equipes alcançam a vitória pelo menos uma vez, o que pode levar até um mês..! Ao formar uma equipe, ela indica um indivíduo para cumprir o papel de apostador. Antes de o jogo começar, cada jogador entrega objetos variados aos apostadores, como caixas de fósforo, linhas de pesca, anzóis, pentes, sabonetes, peças de vestuário, armas e munição, para serem apostados. Os apostadores ficam lado a lado e sentam-se, próximos à casa do chefe da aldeia. As mulheres e as crianças assistem ao jogo juntos, perto das casas. As apostas são feitas antes de cada partida e continuam até que os apostadores não tenham mais o que apostar. Em geral, o jogo é suspenso quando uma das equipes não tem mais coisas para apostar, e então o apostador da outra equipe distribui o resultado pelos jogadores. Mas atenção, o jogo só é suspenso: ele só chega ao final quando as duas equipes alcançam a vitória pelo menos uma vez, o que pode levar até um mês..!](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/jikunahati-foto-alice-kohler.jpeg?quality=90&strip=info&w=928&w=636)
SERVIÇO
O Turismo Haliti-Paresi realizará duas expedições pelas terra indígenas Utiariti em setembro de 2022. A primeira, de 9 a 15 de setembro, visitará as aldeias Formoso, Salto de Mulher e Wazare (a partir de R$ 3.720 por pessoa). A segunda, de 14 a 19 de setembro, visitará as aldeias de Quatro Cachoeiras, Sacre II e Otyahaliti (a partir de R$ 3.390 por pessoa). Também é preciso contribuir com R$ 100 para o fundo de apoio ao projeto nas terras indígenas.
A primeira noite da viagem será em um hotel de Cuiabá, enquanto as demais serão em redes dentro de alojamentos coletivos nas aldeias. Todas as refeições serão preparadas nas aldeias, a partir de ingredientes locais e receitas típicas dessas comunidades. Os pacotes incluem ainda transporte a partir de Cuiabá, acompanhamento de guias e atividades. Entre elas estão trilhas, visita a nascentes, cachoeiras e grutas, banhos de rio, flutuação, tirolesa, demonstração de arco e flecha e cabeçabol, confecção de vestimentas tradicionais, pintura corporal, apresentação de dança e rodas de conversa. Não estão incluídos o aéreo até Cuiabá, o seguro de viagem e refeições adicionais.
Interessados devem preencher o formulário de pré-inscrição. São apenas 12 vagas por expedição. Mais informações no site do Turismo Haliti-Paresi.