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Manual de sobrevivência na Europa

Como ter uma viagem tranquila ao Velho Continente em tempos de crise

Por Adriana Setti
Atualizado em 16 dez 2016, 08h31 - Publicado em 31 jul 2012, 16h15

O que fazer em caso de paralisação dos aeroportos? E se a Grécia abandonar o euro no meio das minhas férias? A Europa está ficando mais perigosa? A seguir, as respostas para as questões que afligem os viajantes.

Que riscos eu corro ao viajar à Europa hoje em dia?

O pior que pode acontecer é o viajante topar com uma greve relacionada ao transporte. As paralisações dos controladores aéreos, dos funcionários dos aeroportos e das companhias aéreas têm sido relativamente frequentes nos últimos anos. Uma das mais recentes aconteceu no fim de julho, quando um grupo de aposentados foi às ruas de Atenas contra a redução das pensões e a introdução de novos impostos.

Quais são os meus direitos em caso de greve?

Segundo o juiz Marco Fábio Morsello, professor da Universidade de São Paulo (USP) e autor do livro Responsabilidade Civil no Transporte Aéreo (Ed. Atlas), os direitos do passageiro dependem do tipo de greve. “Em caso de paralisação dos funcionários da própria empresa, a companhia aérea é obrigada a proporcionar não só a restituição do valor dapassagem, como também ampla indenização por perdas e danos, com fundamento no sistema de defesa do consumidor”, afirma. “O passageiro também pode optar por ser acomodado em outro voo para o local de destino previamente contratado.” Enquanto isso, é dever da companhia fornecer auxílioalimentação, hotel e, se for o caso, transporte para outro aeroporto. No entanto, greves de aeroportuários ou controladores de voo podem ser interpretadas como “motivos de força maior”, isentando a companhia de transportar o passageiroenquanto durar o movimento. “Ainda assim, é direito do viajante receber informação, refeição e assistência hospedagem.”

Quem fecha a viagem com uma agência está mais seguro do que fazendo tudo por conta própria?

Sim. “Segundo o sistema de defesa do consumidor, todos os envolvidos na venda do produto (agência, operadora e companhia aérea) têm responsabilidade quando acontece um imprevisto, de modo que a aquisição ou o agendamento por conta própria, principalmente quando o prestador do serviço não tiver representante no Brasil, seguramente importaráem maior risco”, explica o juiz Marco Fábio Morsello. 

Os seguros de viagem arcam com as consequências desses cancelamentos “por motivo de força maior”?

Em geral, não. A maioria dos contratos deixa claro que não cobre “riscos derivados de força maior”. Por isso, é bom lê-los com atenção antes de embarcar.

Há boatos de que a Grécia pode abandonar o euro e voltar à sua antiga moeda, o dracma. O que fazer se isso acontecer durante a viagem?

As eleições do dia 17 de junho colocaram no poder o Nova Democracia, o mais pró-euro entre os partidos políticos gregos. Em curto prazo, portanto, a possibilidade da volta à dracma é remota. Mesmo assim, caso isso acontecesse, a moeda comum europeia continuaria a ser aceita durante o período de transição.

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As manifestações e os piquetes que vemos na televisão podem atrapalhar a minha viagem?

As passeatas têm sido frequentes apenas nas capitais e nas grandes cidades – quem viaja às Ilhas Gregas, por exemplo, não precisa se preocupar. De qualquer maneira, elas são marcadas com antecedência e não acontecem todo santo dia (muito menos durante o verão). Além disso, a regra é que ocorram de forma pacífica e organizada. Brigas e enfrentamentos com a polícia acabam sendo amplamente divulgados pela TV, mas são raros e isolados. As grandes concentrações costumam acontecer em pontos específicos, geralmente a praça central da cidade, como a Plaça Catalunya, em Barcelona, a Plaça del Sol, em Madri, e a Praça Syntagma, em Atenas.

O nível de desemprego em alguns países está tornando as cidades mais perigosas?

Os cuidados que os turistas devem tomar nas grandes cidades europeias continuam os mesmos: olho na carteira em lugares com grandes aglomerações (metrô, ruas lotadas etc.), passaporte e objetos de valor no cofre do hotel e bom senso para evitar lugares desertos. Roubos com violência continuam a ser raríssimos em toda a Europa.

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