A 15ª edição do festival Paraty em Foco (PEF) começa na quarta-feira (18) e segue até domingo (22). O tradicional evento de fotografia traz por cinco dias diversas exposições e workshops à cidade colonial fluminense.
Na edição de 2019 o tema adotado pela curadoria foi “Migrações” e a programação enaltece as profissionais mulheres da fotografia. As exposições têm como eixo temático o nomadismo humano e a perda de territorialidades pessoais, coletivas, simbólicas, econômicas e sociais.
Homenageada do ano
Aproveitando a comemoração de 200 anos da imigração suíça no Brasil, a fotógrafa homenageada do evento será Claudia Andujar, suíça-brasileira considerada uma das profissionais mais importantes para a história da fotografia.
Hoje com 88 anos, Andujar acompanhou, entre 1971 e 1984, a saga dos Yanomami, indígenas que foram massacrados ao longo de décadas e continuam lutando pela própria sobrevivência. São registros das atividades diárias na comunidade, rituais xamânicos e da luta da própria fotógrafa para proteger a população de doenças, violência e poluição causadas pelo garimpo e pelos planos de desenvolvimento da Amazônia durante o governo militar.
A exposição já esteve em cartaz no Instituto Moreira Salles (IMS), e no Memorial da América Latina, ambos em São Paulo. A série “Marcados para morrer?”, da autora, será exposta na Quadra da Praça da Matriz durante o festival.
A Grande Caravana
Outro importante nome da fotografia que ganha uma retrospectiva em Paraty é o sueco Pieter Ten Hoopen, fotógrafo reconhecido internacionalmente e que teve trabalhos publicados em veículos como New Yorker, New York Times Magazine e Le Monde.
A exposição “A Grande Caravana”, de Hoopen, conta a empreitada que migrantes de Honduras, Nicarágua, El Salvador e Guatemala empreenderam em outubro e novembro de 2018 para atravessar a fronteira rumo aos Estados Unidos.
Hoopen ganhou o prêmio da World Press Photo 2019 pelo trabalho, reconhecimento mais relevante do fotojornalismo mundial. As imagens ficarão expostas na Praça da Matriz.
Silêncio
Sonia Guggisberg é, como Andujar, suíço-brasileira. Seu trabalho aprofundado sobre a crise migratória atual, com nome de “Silêncio”, foi registrado na Grécia, porta de entrada do continente europeu onde milhares de refugiados tentam alcançar diariamente. A exposição ficará em cartaz no Salão Nobre da Casa da Cultura até dois meses depois do encerramento do PEF.
Imigrantes no MIS
O Museu da Imagem e do Som de São Paulo, parceiro do festival, contribuiu para a mostra “Fotógrafas imigrantes no acervo do IMS”, que reúne obras das artistas Alice Brill, Hildegard Rosenthal e Madalena Schwartz, destaques da fotografia moderna brasileira. As imagens ficarão expostas no Muro da Pousada Marquesa, na rua da Cadeia, em frente ao restaurante Punto Divino.
Workshops
Durante o festival acontecerão cursos e saídas fotográficas com duração de um dia no valor de R$ 450 para cada atividade. Os nomes confirmados são: Andreas Valentin, Eduardo Queiroga, Mateus Sá, Michele Pucarelli, Bella Scorzelli, Espen Rasmussen, Emidio Luisi, Juan Esteves e Evandro Teixeira. As inscrições podem ser feitas no site do Festival.
Além da intensa programação cultural, o Festival promove durante o ano oficinas para formação de fotógrafos em comunidades carentes, que esse ano produziu a série “Gente Daqui”; clique abaixo para assistir: