Já faz algum tempo que o charme aportou em Noronha e a vencedora na categoria Melhor Pousada do Brasil do Prêmio VT 2018/2019 é um perfeito exemplar de uma tendência que chegou na ilha para ficar. Conforto, aconchego e hospitalidade são definições que cabem como uma luva para a Maria Bonita, eleita pelo público como a melhor do ano. Idealizada pelo ator Bruno Gagliasso, um apaixonado confesso por Noronha há mais de 10 anos, ele considera a ilha a sua segunda casa.
Com estilo rústico contemporâneo, a ambientação da Maria Bonita surpreende. A começar pelo cheirinho de capim limão vindo de óleos essenciais orgânicos. Aos poucos, os detalhes encantam os que chegam. Palha de dendê trançada artesanalmente cobre o teto por inteiro. Além de materiais naturais, há o toque de brasilidade das esculturas de arte popular assinadas por Mestre Zezinho, de Tracunhaém, e da Mestra Sil, de Alagoas. Cestarias criadas pelo designer Sérgio Matos e obras orgânicas de autoria de Mônica Carvalho e Yana Coelho completam o clima de brasilidade na decoração, que teve curadoria da arquiteta curitibana Angela Chinasso, que também assina o projeto da pousada, e de Beatriz Belich.
São apenas 11 habitações – até porque mais do que isso nem combinaria com o astral do destino. Da porta do quarto para dentro, todo o conforto dos lençóis Trussardi, das amenities L’Occitane au Brésil e um chuveiro potente (nada desprezível em uma ilha onde, não raro, cai apenas um fiozinho d’água).
E tem mais. A piscina não chega a rivalizar com o mar perfeito da ilha, evidentemente, mas é um recanto dos mais aconchegantes para um fim de tarde. O café da manhã, de autoria da chef Gabi Freire, é um capítulo à parte. Frutas, bolos, iogurtes são itens clássicos na maioria das pousadas, mas se houvesse uma categoria “memória afetiva” da Maria Bonita, a vencedora seria, de longe, a tapioca de queijo coalho. De prosaica ela tem tudo e ao mesmo tempo nada. Em suma, é difícil esquecê-la. Outro momento delicioso é o chá da tarde, repleto de iguarias.
Se a Maria Bonita estivesse encravada em qualquer outro destino, o hóspede correria o risco de não querer arredar o pé. Mas em se tratando de Noronha, só faz com que a experiência seja ainda mais perfeita.
