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Amsterdã proíbe a construção de novos hotéis

Para conter turismo de massa, estabelecimentos só poderão ser construídos para substituir antigos e devem manter o mesmo número de quartos

Por Rebeca de Ávila
29 abr 2024, 12h00
Amsterdã, Holanda
 (Matheus Frade/Unsplash)
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Na quarta-feira (17), Amsterdã, na Holanda, limitou a construção de hotéis na cidade em mais uma tentativa de enfrentar o turismo de massa – são quase 20 milhões de turistas todos os anos. A nova medida não afeta os 26 hotéis que já tinham a construção autorizada.

Segundo a prefeitura, um hotel só poderá ser construído se um antigo fechar; se o mesmo número de vagas para dormir for mantido; e se o novo estabelecimento for mais moderno ou sustentável.

A decisão entra no rol dos projetos que a capital holandesa tem criado para frear o número de turistas e melhorar a qualidade de vida dos moradores.

Medidas para combater o turismo de massa

No começo de dezembro de 2018, a famosa escultura “I Amsterdam” foi retirada da frente do museu Rijksmuseum, porque o letreiro atraía uma grande quantidade de turistas e reduzia a cidade a um cenário de estratégia de marketing, segundo a administração da capital.

Em 2020, foi a vez do Airbnb sofrer limitações: a cidade proibiu licenças de acomodações no Centro Histórico e impôs um período máximo de 30 noites por ano para proprietários alugarem seus imóveis em outros bairros.

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Já em 2021, foi anunciada uma linha de financiamento de 10 milhões de euros para organizações que quisessem comprar propriedades no Centro com o objetivo de impedir a construção de empreendimentos para turistas, como lojas de lembrancinhas.

A reputação de “cidade liberal” de Amsterdã faz com que muitos turistas busquem a capital para fazer farra. Em março de 2023, a prefeitura criou uma campanha para desencorajar homens britânicos a realizarem despedidas de solteiro na cidade.

Campanha contra turismo de massa, Amsterdã, Holanda
(//Reprodução)
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Nos vídeos da campanha, homens bêbados aparecem sendo algemados e presos e, ao final, a frase “você está vindo para Amsterdã para um noite de bagunça? Fique longe” surge na tela.

Já em maio do mesmo ano, após reclamação de residentes, a prefeitura proibiu o consumo de maconha e álcool ao ar livre no histórico bairro Red Light District, famoso pela oferta de prostituição e pelas cafeterias que vendem produtos à base de cannabis – embora a erva não seja legal em Amsterdã, há uma política de tolerância com o consumo e venda nos coffee shops.

Red Light District, Amsterdã, Holanda
(Gio/Unsplash)
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Com a medida, as cafeterias e bares podem funcionar até à 1h e, as casas de prostituição, até às 3h. Na mesma época, a prefeitura divulgou um polêmico projeto para transferir as casas de prostituição do Red Light District para a periferia de Amsterdã. A profissão é regulamentada na cidade, mas a justificativa para construir o “centro erótico” em outro lugar é mudar a imagem da cidade e combater o turismo de sexo e drogas.

Dois meses depois, em julho de 2023, a capital proibiu navios de cruzeiro de atracarem no centro da cidade para conter o número de visitantes, mas também diminuir a poluição. Mais de uma centena de navios atraca em Amsterdã por ano e, segundo a prefeitura, movimentam pouco a economia.

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