Festa e alegria predominam no Dia dos Mortos no México
De caráter animado e com muita decoração e comilança, o Dia de Finados e o Dia de Todos os Santos têm outro significado para os mexicanos
Por Renata Hirota
Atualizado em 29 out 2021, 11h09 - Publicado em 31 out 2014, 17h08
1/15 La Catrina, personagem de José Guadalupe Posada, é a principal personagem da Dia dos Mortos (Reprodução)
2/15Oaxaca A festa acontece na Praça de Zócalo, e parece um carnaval macabro. Pessoas se fantasiam de caveiras e os altares, repletos de flores, jarras de café, mescal e doces são verdadeiras obras de arte. O artesanato também é admirável: tapetes repletos de cores são estendidos pelas ruas da cidade. (INAH/Divulgação)
3/15Oaxaca Cada objeto no altar tem seu próprio significado, relacionado aos elementos da natureza. (Reprodução)
4/15Aguascalientes Aqui acontece o Festival Cultural de Caveiras, quando as ruas são tomadas por todo o misticismo da morte, com tradicionais oferendas, eventos culturais, gastronômicos e passeios noturnos pela cidade. Não deixe de visitar o Museu da Morte, já que tem tudo a ver com tema. (Reprodução)
5/15 As simpáticas caveiras são vistas por todos os lados no Dia dos Mortos (Reprodução)
6/15XCaret Localizado na Riviera Maia, esta tradição pode ser vivida sob a perspectiva dos maias. O 6º Festival de Tradições de Vida e Morte, de 30 de outubro a 2 de novembro, convida o visitante para uma experiência única de rituais, dança, música e artes visuais. Cultura, tradição e gastronomia ganham temáticas de vida e morte, recriando um espetáculo inesquecível, com as águas do Caribe como cenário. (Jexweberfotos Creative Commons)
7/15 Caveiras, caveiras e mais caveiras! (Reprodução)
8/15Xochimilco (Cidade do México) Aqui é possível viver uma experiência de Dia dos Mortos a bordo de um barco que navega entre longos canais. Na ocasião é preparada uma série de atividades artísticas e culturais. O destaque fica para a representação da lendária La Llorona (A Chorona). (JulioMartinez Creative Commons)
9/15 Os altares do Dia dos Mortos são verdadeiras obras de arte (Reprodução)
10/15Lago de Pátzcuaro (Michoachan)Com o aviso dos sinos da igreja, todos saem vestidos de preto, rumo ao cemitério para depositar oferendas, como pães e doces, sobre as tumbas. A tradição começa com rezas e cantos populares, que acalmam as almas. (Reprodução)
11/15 Caveiras de açúcar, doce típico do Dia dos Mortos no México (Reprodução)
12/15 Há inúmeros quitutes no Dia dos Mortos, tanto para as almas em forma de oferendas quanto para os vivos, que festejam durante dois dias (Reprodução)
13/15San Andrés de Mixquic Ao sul da Cidade do México, aqui as portas dos cemitérios se abrem para os familiares. Eles levam flores, comida, bebida e cantam para os mortos. À noite, a música continua a luz de centenas de velas que iluminam os estreitos corredores entre mausoléus que se convertem em testemunhas da festa mexicana. (Reprodução)
14/15 La Catrina foi relacionada com a deusa Mictecacíhuatl (esposa de Mictlantecuhtli, senhor do reino dos mortos), comumente chamada de “Dama da Morte” (Reprodução)
15/15 Flores enfeitam os altares no Dia dos Mortos (Reprodução)
Se nos Estados Unidos o Halloween é comemorado com doces e no Brasil o Dia de Finados tem um significado mais melancólico, no México, o Dia dos Mortos é celebrado de uma forma diferente e bem característica.
Para os mexicanos, o dia 2 de novembro é o dia de receber a visita dos seus entes queridos mortos, em uma das festas mais animadas do México – declarada como Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Os mortos são recebidos com muita animação e comida, na forma de altares coloridos com oferendas, cada uma com seu próprio significado relacionado aos elementos da natureza.
A água é para matar a sede das almas que percorrem um longo caminho até chegar ao altar. As frutas, simbolizando a terra, saciam a fome. As velas, representando o fogo, lembra cada uma das almas, e as figuras de papel ou papel crepom, relacionadas com o ar, indicam a passagem dos mortos pelo altar.
Mas talvez as imagens mais famosas do Dia dos Mortos são as simpáticas caveiras coloridas, além de La Catrina – personagem do artista José Guadalupe Posada -, associada com a original personalidade principal da festa, a deusa asteca Mictecacíhuatl, esposa de Mictlantecuhtli, senhor do reino dos mortos.
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Quanto às caveiras, além da relação um pouco óbvia caveira-morte, há outra explicação que vem de um costume muito antigo: na época anterior à colonização espanhola, era comum conservar crânios para exibi-los durante rituais.
Como toda boa festa, há quitutes típicos que acompanham o dia: o pão de morto, um pão doce polvilhado com açúcar, caveiras de açúcar, doces de abóbora e frutas. Mescal ou tequila completam os principais elementos culinários que caracterizam o feriado.
A tradição de mais de 3 mil anos é celebrada de forma diferente em cada canto do país, mostrando a riqueza gastronômica, histórica e cultural de cada região, mas uma coisa é certa: sempre há muita festa, comida, homenagens e músicas!