Um edifício monumental homenageando a vida e a obra de Edvard Munch foi inaugurado na orla de Oslo, capital da Noruega, no dia 22 de outubro. Um dos maiores museus do mundo dedicados a um único artista, o complexo levou mais de uma década para ser construído e possui 13 andares distribuídos em 26 mil m², que abrigam 11 galerias conectadas por escadas rolantes em zigue-zague. Com essas dimensões, a nova sede do MUNCH, em Bjørvika, é quase cinco vezes maior do que a antiga, que ficava no bairro periférico de Tøyen.
O principal motivo da mudança, porém, foi a preocupação com a segurança. Das quatro pinturas que compõem a famosa série “O Grito”, considerada a obra mais importante do expressionismo, duas pertencem ao museu MUNCH e uma delas foi roubada em plena luz do dia em 2004. O quadro em questão só foi recuperado dois anos depois, o que gerou bastante debate em torno da necessidade de construir uma instalação mais protegida.
Agora, duas das pinturas de “O Grito”, além de uma reprodução da imagem em litografia, estão sãs e salvas no novo edifício do museu (as outras duas versões se encontram respectivamente em coleção particular e na Galeria Nacional da Noruega, também em Oslo). No entanto, as três imagens que pertencem ao MUNCH nunca serão expostas ao público ao mesmo tempo e o visitante só descobrirá qual delas verá quando chegar ao sétimo andar. O diretor do museu, Stein Olav Henrichsen, justificou a decisão limitando-se a dizer que as peças “são muito frágeis”.
![O museu MUNCH se mudou da sua antiga sede, no bairro periférico de Tøyen, para o coração da cidade. O museu MUNCH se mudou da sua antiga sede, no bairro periférico de Tøyen, para o coração da cidade.](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/10/MUNCH-photo_Einar_Aslaksen-5053_F2_web.jpg?quality=90&strip=info&w=468&w=636)
![A construção da nova sede, que é uma torre monumental à beira do Fiorde de Oslo, gerou polêmicas devido ao seu impacto no skyline da cidade. A construção da nova sede, que é uma torre monumental à beira do Fiorde de Oslo, gerou polêmicas devido ao seu impacto no skyline da cidade.](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/10/MUNCH-Photo_Einar_Aslaksen-05355_F_web.jpg?quality=90&strip=info&w=818&w=636)
![São 26 mil m² distribuídos em 13 andares com amplas salas para exposição. São 26 mil m² distribuídos em 13 andares com amplas salas para exposição.](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/10/Munch_Museum-Photo_Einar_Aslaksen-6149_K3_web.jpg?quality=90&strip=info&w=824&w=636)
![O artista norueguês, que viveu de 1863 a 1944, não teve herdeiros e por isso legou toda sua obra à cidade de Oslo. O artista norueguês, que viveu de 1863 a 1944, não teve herdeiros e por isso legou toda sua obra à cidade de Oslo.](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/10/Munch_Museum-Photo_Einar_Aslaksen-6720-3_K3_web.jpg?quality=90&strip=info&w=928&w=636)
![Influenciado por Manet, Munch é considerado um dos precursores do impressionismo e expressionismo. Influenciado por Manet, Munch é considerado um dos precursores do impressionismo e expressionismo.](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/10/Munch_Museum-Photo_Einar_Aslaksen-6496_K3_web.jpg?quality=90&strip=info&w=928&w=636)
![Em sua obra predominam temas como angústia e morte, mas há também retratos, paisagens e peças retratando o amor. Em sua obra predominam temas como angústia e morte, mas há também retratos, paisagens e peças retratando o amor.](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/10/Munch_Museum-Photo_Einar_Aslaksen-6259_K3_web.jpg?quality=90&strip=info&w=928&w=636)
![Aos 30 anos, Munch pintou "O Grito", considerada sua obra máxima. O museu MUCH guarda três versões da imagem. Aos 30 anos, Munch pintou "O Grito", considerada sua obra máxima. O museu MUCH guarda três versões da imagem.](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/10/Apresentação-sem-título-e1635268336556.jpg?quality=90&strip=info&w=868&w=636)
![Entre as peças expostas no MUNCH estão objetos pessoais do artista, como os pincéis usados por ele. Entre as peças expostas no MUNCH estão objetos pessoais do artista, como os pincéis usados por ele.](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/10/Skygger-05.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![A primeira exposição temporária compara as obras de Munch com as da britânica Tracey Emin. A primeira exposição temporária compara as obras de Munch com as da britânica Tracey Emin.](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/10/Sjelens_ensomhet-09.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Uma das obras mais famosas e polêmicas de Emin é "A Cama", cercada de garrafas vazias e preservativos usados. Uma das obras mais famosas e polêmicas de Emin é "A Cama", cercada de garrafas vazias e preservativos usados.](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/10/Sjelens_ensomhet-Bed-Emin-04.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
Por outro lado, o rosto atormentado aparece em abundância na loja de souvenires: de canetas e estojos a caixas de tinta e bolsas, passando ainda por um anel de diamante no valor de R$ 137 mil. Porém, o MUNCH não se resume à sua obra mais icônica: o acervo é composto por 26.700 peças relacionadas ao artista, incluindo os quadros “Puberdade” e “Madonna”.
Para apresentar as diversas facetas do precursor do impressionismo e do expressionismo, foram montadas cinco exposições temáticas que expõem telas e xilogravuras. Outra exibe os seus primeiros experimentos com as selfies, feitos após ele adquirir uma câmera fotográfica da Kodak em 1902: em uma das fotos, o pintor aparece usando apenas uma tanga e com um pincel na mão na praia alemã de Warnemünde. Há ainda um andar inteiro dedicado a recriar a casa e o estúdio do arista, onde estão objetos pessoais como pincéis, paletas e até mesmo o aparelho de respiração que ele usava para aliviar seus problemas pulmonares.
A primeira exposição temporária da casa, que ocupa dois andares, estabelece um diálogo entre as obras Munch e as da artista inglesa Tracey Emin, que é uma grande fã no norueguês. Entre várias de suas obras autobiográficas e confessionais, uma das mais polêmicas é “My Bed”, que reproduz a cama da artista britânica com lençóis manchados, preservativos usados e garrafas de bebidas alcóolicas vazias. A exposição ficará em cartaz até o final de 2021. De 30 abril de 2022 em diante, os visitantes poderão traçar um paralelo entre Munch e o black metal da banda norueguesa Satyricon.
A vista ao MUNCH termina em um terraço ao ar livre, com vista para o Fiorde de Oslo, flanqueado por um bar e um restaurante. Os ingressos custam NOK$ 160 (cerca de R$ 107) e devem ser adquiridos com antecedência pelo site.
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