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Tel Aviv: o bem viver, a Bauhaus, o estilo, os achados

Situada na costa mediterrânea de Israel, a cidade exibe um estilo de vida frequentemente comparado ao de Barcelona e do Rio de Janeiro

Por Eveliny Bastos-Klein
Atualizado em 1 jul 2022, 11h07 - Publicado em 30 jun 2022, 14h45

Em 1909, um grupo de famílias se reuniu em uma praia ao sul da milenar cidade portuária de Jaffa, hoje Israel, para um sorteio usando conchas: as acinzentadas foram marcadas com os nomes dos participantes, enquanto as conchas brancas designavam terrenos nas redondezas. Desse jeito informal e peculiar, Tel Aviv, que significa “colina da primavera”, foi fundada há 110 anos como a primeira cidade judaica moderna. Um lugar cosmopolita, com um pé no futuro e singularmente secular – em um país onde a religião movimenta a vida cotidiana.

Tel Aviv sabe combinar história, cultura e vida noturna como poucas e, não raro, é comparada a Barcelona ou ao Rio. Passeie por suas ruas sinuosas e você encontrará a arquitetura Bauhaus lindamente restaurada, edifícios de pedra centenários e mercados vibrantes. O sol brilha 300 dias por ano, e os seus 500 mil habitantes – dos quais 1 em cada 3 tem menos de 35 anos –, aproveitam a vida ao ar livre na praia, em boulevards e rooftops.

A agitação nas ruas é uma marca, com moradores e expatriados tomando cafés em mesinhas nas calçadas. Devido a seu tamanho compacto, que inclui a árabe Jaffa (ou Yaffo, em hebraico), a cidade pode ser tranquilamente percorrida a pé e os pontos de interesse são facilmente acessíveis, e tudo a poucos passos do Mediterrâneo azul safira.

Praias de Tel Aviv

São 14 quilômetros de praias onde casais, famílias, surfistas e adoradores do sol se encontram. A estrutura na orla é incomparável: a maioria oferece banheiros limpos, chuveiros ao ar livre e cadeiras ou espreguiçadeiras que você pode alugar. Há ainda redes de vôlei, caiaques, pranchas de surf e equipamentos de mergulho. Você verá rodas de tambores, malabaristas e dançarinos de capoeira no trecho conhecido como Banana Beach e, sem pestanejar, virá a pergunta: estou no Rio?

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Ao contrário da sagrada Jerusalém, onde o olhar se volta para o eterno, Tel Aviv vive para o momento, o mundano e leva a sério a diversão. Como dizem os locais, geralmente em um inglês perfeito, “while Jerusalem prays, Tel Aviv plays” (ou, “enquanto Jerusalém reza, Tel Aviv se diverte”).

O pôr-do-sol das sextas-feiras traz o Shabat (dia de descanso semanal no judaísmo) e, enquanto a maioria das outras cidades israelenses ficam completamente fechadas, Tel Aviv permanece cheia de atividades.

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Arquitetura

Quando a Escola de Arquitetura Bauhaus, na Alemanha, foi fechada pelos nazistas, seus diretores e estudantes se dispersaram pelo mundo. Entre eles, três arquitetos emigraram para a Palestina, na época controlada pelos britânicos. E foi na jovem Tel Aviv que encontraram a oportunidade de ajudar a construir uma nova cidade.

Com 4.000 construções feitas no estilo Bauhaus, a Cidade Branca de Tel Aviv recebeu o status de Patrimônio Mundial da Unesco em 2003. Visite o Bauhaus Center para organizar um tour exclusivo ou junte-se aos grupos que, acompanhados de um guia, fazem uma excursão pelos principais marcos arquitetônicos todas as sextas-feiras (nos demais dias, você pode fazer o tour com um áudio-guia; exceto aos sábados).

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Comer e beber

Saboreie a nova cozinha israelense no excelente restaurante Alena, do hotel Norman, um dos mais elegantes endereços da cidade. Ou conheça o Claro, situado na destilaria de um antigo complexo construídos pela Ordem dos Templários, para provar ingredientes locais e sazonais, em um ambiente animado. O pequeno North Abraxas, do famoso chef Yael Shani, é um dos favoritos dos locais.

A produção de vinho, embora tenha tradição milenar na região, só nos últimos anos vem sendo mais reconhecida mundo afora. A apenas 40 minutos de Tel Aviv, nas Colinas de Judea, estão algumas das melhores vinícolas do país, incluindo a Tzora Vineyards, cujo vinho Misty Hills recebeu 93 pontos da revista Wine Spectator. Shira Granot, especialista em vinhos e fundadora da The Wine Side, abre as portas para os melhores produtores em pequenos grupos guiados ou tours personalizados.

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Hospedagem

Embora a orla marítima seja cercada por grandes cadeias de hotéis, para uma experiência autêntica e sofisticada, escolha um dos muitos hotéis boutique da cidade. Localizado em um edifício estilo Bauhaus, em uma rua fechada para carros, o Poli House possui interiores criados pelo egípcio Karim Rashid – que já foi tema de exposição no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo – e piscina com vista para a cidade no terraço.

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Passeio e compras

Junte-se aos locais para um passeio pela Rothschild Boulevard, artéria que corta a cidade, ligando o bairro histórico de Neve Tzedek à Cidade Branca, onde se concentram os melhores exemplos da arquitetura Bauhaus. As ruas sinuosas de Jaffa convidam para um passeio sem pressa, paradas para a compra de fragrâncias personalizadas em Zielinski Rozen ou de cerâmicas dos principais artistas israelenses na cooperativa 8, em Jaffa.

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Eveliny Bastos-Klein é especialista em comunicação e marketing e fundadora da EBK Public Relations que tem sede em Miami e filiais em São Paulo e Tel Aviv – não por acaso, são suas cidades favoritas no mundo.

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