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Irã

Por Adrian Medeiros
Atualizado em 8 dez 2016, 10h49 - Publicado em 22 ago 2012, 13h34

Normalmente quando abrimos os jornais e lemos as manchetes sobre o Irã as notícias nem sempre são boas. Terra de radicais islamistas, gente belicosa e que não respeita os direitos humanos. Posicionamentos políticos e estereótipos à parte, a antiga Pérsia é um verdadeiro tesouro da civilização e do pensamento, onde surgiram conceitos filosóficos, matemáticos, literários e culturais que chegaram ao mundo ocidental via rotas comerciais e sucessivas ondas de dominação de lado a lado.

Parte dessa poderosa herança histórica pode ser vista em cidades hoje transformadas em ruínas, como Tchogha Zanbil, Persépolis e Pasárgada, onipresentes nos livros de história. Homens como Xerxes e Dario eternizaram seus nomes em batalhas contra Alexandre Magno e os 300 de Esparta — que, na verdade, eram muito mais. Nenhum nome porém se sobressai ao de Ciro, o Grande, um estadista e soldado que legou mudanças profundas na sociedade e cultura de seu vasto império, que ia da Turquia à Índia, o maior de seu tempo. Curiosamente, ele era um grande protetor do povo judeu, que o tinha em alta estima. Com a chegada dos árabes e a perpetração do Islã, os persas começaram a erigir mesquitas e madrasas espetaculares em Isfahan e Shiraz, dois destinos obrigatórios na região. Mas não é só isso. Nove influentes jardins espalhados pelo país, hoje listados como patrimônio da humanidade pela Unesco, e a deslumbrante cidade de barro de Bam oferecem uma perspectiva única do país. A terra dos aiatolás é muito mais diversificada do que parece.

Menor do que na época de Ciro, o Irã ainda é um dos maiores países do mundo, estendendo-se do Golfo Pérsico ao Mar Cáspio — de onde saem algumas das variedades mais cobiçadas do caríssimo caviar beluga –, e, de leste para oeste, Iraque e Turquia, e Turcomenistão, Afeganistão e Paquistão. Boa parte dessa área é dominada por platôs desérticos, com algumas planícies férteis, e, ao norte, as montanhas Elburz, onde os habitantes da capital Teerã vão esquiar.

Altamente dependende do petróleo — o país é o segundo maior exportador do mundo, atrás da Arábia Saudita –, o Irã entra em polêmica com o resto do mundo por conta do uso da energia atômica. Além disso, para o turista que se aventura por aqui é necessário seguir um código de conduta. Homens não devem usar bermudas, nem usar camisetas com mensagens profanas. Mulheres devem cobrir braços, cabelos e pernas, usando roupas largas até os joelhos e, preferencialmente, nada de maquiagem. As regras são observadas pela polícia moral e não seguí-las pode causar transtornos diversos. Os turistas estrangeiros não costumam ser fiscalizados muito de perto, mas não custa nada ter bom senso e não abusar.

COMO CHEGAR

Aéreo – Não há voos diretos entre o Brasil e o Irã. O principal canal de entrada é o Aeroporto Internacional de Teerã, servido por diversas companhias aéreas, tanto europeias como as do Golfo. Via Europa, você encontrará serviços com conexão em Amsterdã (www.klm.com), Frankfurt (www.lufthansa.com) e Turkish (www.flyturkish.com). Qatar (www.qatarairways.com) e Emirates (www.emirates.com) saem, respectivamente, de Doha e Dubai.

Pacotes para o Irã – Um pouco mais simples do que visitar o país de forma independente é o turismo organizado, através de operadoras locais. Várias agências de viagem oferecem pacotes de uma ou duas semanas passando por Teerã, Shiraz, Isfahan e Persépolis. Cheque as ofertas de CVC (www.cvc.com.br), New Line (www.newline.com.br), Specialistas (www.specialistas.com), Adventure Club (www.adventureclub.com.br).

QUANDO IR

O Irã possui uma grande extensão territorial, o que lhe confere uma grande diversidade climática. Os invernos (dezembro a fevereiro) podem ser bem frios em Teerã e região, enquanto que o verão (de junho a setembro) reserva temperaturas opressivamente quentes, acima dos 40 graus. Assim, prefira os meses de primavera (março a início de maio) e outono (fim de outubro e início de dezembro) para visitar o país. Tente evitar o período do Ramadá, no segundo semestre, quando alguns serviços podem ser suspensos sem prévio aviso.

ONDE COMER

Diferentemente dos seus vizinhos de Oriente Médio, a gastronomia local é mais voltada à Ásia Central, mas também tem algumas similaridades com pratos turcos e gregos. Lembre-se: a grande maioria dos iranianos é persa, que não são árabes. Pães, kebabs e ensopados de legumes e carnes são a base da culinária, que varia bastante de região para região. Em Isfahan, não há como não provar o berian (carne de cordeiro moída com pão nan).

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