Tal como uma gota caindo da península indiana, um país de fascinante cultura esbanja história, espiritualidade e paisagens místicas fabulosas. O Sri Lanka, o antigo Ceilão, sempre foi uma espécie de estado satélite junto ao irmão maior ao norte do estreito de Palk. De lá vieram os primeiros colonizadores e o chá que fez a fama do país. Para muitos, o ceylon tea ainda é um dos melhores pretos do mundo. Mas séculos de relativo isolamento, a fricção com as companhias mercantis de Portugal, Holanda e Reino Unido (do qual declararam independência em 1948) e a predominância do culto budista em uma região tomada por hinduísmo e islamismo moldaram uma cultura própria. Afinal, eles ainda são uma ilha.
Boa parte dos turistas que vem ao Sri Lanka tem como objetivo sítios arqueológicos e construções religiosas, além de safáris no lombo de um elefante. Este grupo se encantará com o Buda Avukana gigante de Kekirawa, as ruínas de Polonnaruwa e a fantástica fortaleza Sigiriya, locações do videoclipe para Save a Prayer, do Duran Duran, uma igualmente ancestral banda da década de 80. O idílico Parque Nacional Yala e a antiga capital Anuradhapura também são outros destinos relacionados e bastante visitados. Outros favoritos, onde você certamente esbarrará em alguns hippies — tardios e jurássicos –, são as praias de seu litoral sul, uma espécie de Goa cingalesa, mas ainda pouco explorada pelos mochileiros. Medaketiya, Unnawatuna e a Arugam Bay são três dos muitos pontos disputados por quem quer praticar kitesurfe, windsurfe, canoagem ou simplesmente quer tomar sol em uma faixa de areia dos sonhos. Para os que preferem relaxar nas montanhas, não deixe de visitar as antigas plantações de chá em sítios como Nuwara Eliya. Curiosidade: boa parte dos pés de chá do Vale do Ribeira, no sul de São Paulo, são descendentes de espécimes cujas sementes foram “contrabandeadas” quando o país ainda era chamado de Ceilão.
Desde sua independência o Sri Lanka sofreu diversos conflitos entre o governo central e a minoria pró-secessão tâmil, além de desastres como o tsunami do Índico de 2004. Nos últimos anos, porém, o país vem se concentrando em ações conciliatórias. O resultado é que há mais segurança em boa parte do país e os investimentos em turismo voltaram, com novos hotéis — dos mais simples a luxuosos resorts, melhor infraestrutura e conforto para os visitantes.
COMO CHEGAR
Não há voos diretos entre o Brasil e Sri Lanka. As melhores alternativas são voos com destino a hubs intermediários e de lá seguir para Colombo, a capital do país. Qatar (www.qatarairways.com), Emirates (www.flyemirates.com) e South African Airways (www.flysaa.com) são algumas das alternativas, mas também é possível embarcar para lá via Europa, com Tap, British e TAM e dali seguir em voos com Sri Lankan, Etihad ou a própria Emirates.
ONDE COMER
Ardido, quente, apimentado, aromático, pujante. É difícil descrever a gastronomia cingalesa. Seja com um roti ou ao misturar seu arroz com os vários tipos de curry, a boca entra em ebulição. Terror para alguns, suaves sutilezas para outros, o fato é que ninguém fica indiferente. Enquanto que por aqui sempre pingamos um pouco de pimenta nos nossos pasteizinhos, os de lá já tem fogo próprio.
Há muitos restaurantes simples espalhados pelo Sri Lanka. Boa parte deles é razoalvemente limpo e a conta quase sempre é bem acessível. Para quem enjoar de tantas especiarias, solicite ao garçom para o chef maneirar no ardor. Ou, apele para redes de fast-food e restaurantes internacionais, com pizzas e pescados, mais comuns em Colombo.