48 Horas em Natal
O bugue é o veículo ideal para conhecer as praias, lagoas e dunas de Natal e seus arredores. A gastronomia nordestina marca presença nas mesas da cidade
![É a mais famosa e melhor praia do perímetro urbano de Natal, sempre movimentada durante o dia e, um pouco menos, à noite. O início dela é mais tranquilo, com famílias que se hospedam nos hotéis da região, como o Rifóles e o Esmeralda. Próximo ao Morro do Careca, já fica bem mais agitado, com vários restaurantes e barracas a beira mar É a mais famosa e melhor praia do perímetro urbano de Natal, sempre movimentada durante o dia e, um pouco menos, à noite. O início dela é mais tranquilo, com famílias que se hospedam nos hotéis da região, como o Rifóles e o Esmeralda. Próximo ao Morro do Careca, já fica bem mais agitado, com vários restaurantes e barracas a beira mar](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/praiaponta_negra.jpg?quality=90&strip=info&w=886&w=636)
![Carne de sol batida na nata, acompanha arroz, feijão verde, macaxeira e farofa dagua do Âncora Caipira, restaurante estrelado pelo GUIA QUATRO RODAS Carne de sol batida na nata, acompanha arroz, feijão verde, macaxeira e farofa dagua do Âncora Caipira, restaurante estrelado pelo GUIA QUATRO RODAS](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/natal-09-00895048.jpeg?quality=90&strip=info&w=923&w=636)
![Morro do Careca, no bairro de Ponta Negra, em Natal, Rio Grande do Norte Morro do Careca, no bairro de Ponta Negra, em Natal, Rio Grande do Norte](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/morrodocareca_pontanegra_0009.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Ao sul de Natal, a cênica Barra da Tabatinga tem falésia e barreira de corais Ao sul de Natal, a cênica Barra da Tabatinga tem falésia e barreira de corais](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/622.jpeg?quality=90&strip=info&w=921&w=636)
![Praia Búzios Praia Búzios](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/praia-buzios-deltafrut-creative-commons.jpeg?quality=90&strip=info&w=928&w=636)
![Tapioca de brigadeiro com morango da Casa de Taipa, em Natal, Rio Grande do Norte Tapioca de brigadeiro com morango da Casa de Taipa, em Natal, Rio Grande do Norte](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/casa-de-taipa-luis-morais.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Imagine uma árvore do tamanho de um campo de futebol. O maior cajueiro do mundo, em Pirangi do Norte, vizinha a Natal, é assim. Uma mutação genética faz com que a copa não pare de crescer. Cerca de 70 mil caju são colhidos da árvore todos os anos. Imagine uma árvore do tamanho de um campo de futebol. O maior cajueiro do mundo, em Pirangi do Norte, vizinha a Natal, é assim. Uma mutação genética faz com que a copa não pare de crescer. Cerca de 70 mil caju são colhidos da árvore todos os anos.](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/cajueiropirangi_natal_1286.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Frutos do mar ao azeite de ervas, servido no restaurante Camarões Potiguar, no Rio Grande do Norte Frutos do mar ao azeite de ervas, servido no restaurante Camarões Potiguar, no Rio Grande do Norte](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/camaroes-potiguar-luis-morais.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![As dunas de Genipabu em momento bugue (e dromedário) free As dunas de Genipabu em momento bugue (e dromedário) free](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/as-dunas-de-genipabu.jpeg?quality=90&strip=info&w=517&w=636)
![Jangadeiro na balsa que faz a travessia entre Genipabu e Barra do Rio pelo Rio Ceará-Mirim Jangadeiro na balsa que faz a travessia entre Genipabu e Barra do Rio pelo Rio Ceará-Mirim](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/19-9w.jpg?quality=90&strip=info&w=919&w=636)
![A carne é pilada manualmente com manteiga de garrafa, farinha e cebola roxa, e, depois, tostada na panela, no restaurante Paçoca de Pilão A carne é pilada manualmente com manteiga de garrafa, farinha e cebola roxa, e, depois, tostada na panela, no restaurante Paçoca de Pilão](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/natal-02-00889367.jpeg?quality=90&strip=info&w=407&w=636)
Quem chega a Natal de avião deve lutar por um assento na janela da aeronave. Em território brasileiro, a chegada na capital potiguar só perde para o Rio de Janeiro e Fernando de Noronha. Tudo por “culpa” da profusão de dunas que teima em rivalizar com as edificações e o Oceano Atlântico. A composição sol, praias, dunas, pousadas transadas, resorts urbanos e bugues ajuda a explicar o sucesso do destino entre brasileiros e estrangeiros. Colabora ainda o trecho turístico da cidade não ter problema algum com tráfego intenso de automóveis. Para compreender a geografia da cidade, Ponta Negra é a praia mais conhecida e Via Costeira é uma avenida ladeada de resorts urbanos e dunas, que separa Ponta Negra da área central de Natal.
Dia 1
O despertar em Natal é sedutor. Excetuando os poucos hotéis situados nos bairros de Petrópolis e Tirol, todos estão próximos da orla, com alguma vista do marzão bem em frente. Quem se hospeda na praia da Ponta Negra ainda ganha um bônus. Aproveitado a localização geográfica entre as dunas do Morro do Careca e do Parque das Dunas, quase todos os hotéis montaram sua sala de café de forma que o hóspede possa curtir tal cenário.
Em extensão territorial , Natal é a segunda menor capital (superior apenas à capixaba Vitória). Tanto que o seu passeio mais clássico e obrigatório ocorre em praias, dunas e lagoas dos arredores: todo o primeiro dia será dedicado ao famoso passeio de bugue para Genipabu. Você já dever ter ouvido a expressão “com ou sem emoção”, correto? Hoje é o dia.
Cena corriqueira nas manhãs da cidade, uma profusão de coloridos bugues atravessam toda a orla como um formigueiro, cruzam a Ponte Newton Navarro, seguindo por mais 16 km até atingir as areias de Genipabu. Se o intuito for economizar uns trocados, considere ir de carro próprio e negociar com a associação de bugueiros do local.
Logo de cara, o crème de la crème, o com ou sem emoção. Do alto das dunas móveis, o bugueiro faz a tão aguardada pergunta. Tempo para responder, crianças e os menos audazes ficam por ali. Os corajosos encaram íngremes descidas, subidas e manobras no meio das dunas. Nessa mesma etapa do passeio, dromedários ficam a disposição para uma volta pelos montes de areia.
Após atravessar um rio a bordo de improvisadas balsas de madeira movidas a remo (um bugue por vez) chega-se na praia de Graçandu. Com o perdão do trocadilho, um tanto quanto sem graça. Vale apenas fazer um pit stop nas barracas para provar um espetinho de lagosta. Logo depois, o bugueiro vai tentar te levar para a “cachoeira”. Mande seguir reto, nem perca o seu tempo, a dita cuja deve ter pouco mais de um metro.
A estrada passa por uma dourada sequência de dunas separando Graçandu de Pitangui. Noveleiros de plantão reconhecem-na como o “Deserto do Saara” exibido na novela O Clone.
Dilema do dia: há duas lagoas no meio do percurso. Visitar ambas significa menos tempo para curti-las. A Lagoa do Pitangui é daquelas para alternar um prazeroso banho com momentos de relax nas espreguiçadeiras. Com acesso por uma duna enorme, a Lagoa de Jacumã é o palco dos famosos esquibunda e aerobunda. Na primeira modalidade, você senta numa prancha de madeira e, se conseguir, chega à lagoa completamente à milanesa. No aerobunda, a descida é feita por cabo de aço, mergulhando velozmente nas águas.
![Lagoa Jacumã, Natal (RN) Lagoa Jacumã, Natal (RN)](https://gutenberg.viagemeturismo.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/12/rn8.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
O fim de tarde com as dunas de Genipabu ao fundo combinam bem com uma cerveja bem gelada.
Ao lado do Centro, Petrópolis é o bairro chique e animado da cidade, repleto de bares e restaurantes. Ainda que frequentado maciçamente por natalenses, turistas são mais do que bem-vindos no bairro. A culinária sertaneja dita o menu do Âncora Caipira, casa estrelada pelo GUIA QUATRO RODAS BRASIL 2013. A carne de sol cozida na nata satisfaz uma família inteira. Com uma pegada mais romântica, o Dolce Vita e o Cascudo Bistrô ainda se destacam pela competência de sua cozinha.
Dia 2
Ponta Negra é cênica, tem mar calmo e muitas barracas na orla. Mas a estreita faixa de areia e alguns pontos bem movimentados faz repensar a esticada da canga por lá.
Vale mais a pena pegar o carro e seguir ao sul pela Rota do Sol. Vá resistindo à tentação e rode por uns 25 km até chegar à Barra da Tabatinga. Não sem antes, claro, parar no maior cajueiro do mundo, situado na praia de Pirangi do Norte. Devido a uma mutação genética, a árvore ainda cresce de forma avassaladora, consumindo parte das ruas que a cercam.
Sabe aquelas praias que a altura da maré faz toda a diferença? Assim é Barra da Tabatinga. Praia de tombo em forma de ferradura com uma extensa barreira de recifes ao longe, na maré baixa é possível chegar aos corais praticamente caminhando. Na maré alta, o mar se transforma vertiginosamente, tornando território de surfistas. Nesse caso, famílias podem curtir a vista do mirante – golfinhos costumam aparecer na praia – e partir para a praia vizinha de Búzios, que, apesar de extensa e ondas de moderadas para forte, tem um trecho conhecido como Pirambúzios, ideal para crianças.
No meio do caminho de volta, a parada para encher o estômago com uma refeição pra lá de calórica. No restaurante Paçoca de Pilão, dona Adalva Rodrigues e seus familiares preparam uma caprichada paçoca pilada manualmente e servida com vários acompanhamentos. Se o dia estiver propício sente nas mesinhas da frondosa varanda.
O período vespertino será todo dedicado aos atrativos próximos do Centro natalense. Outrora praias de estirpe, Meio e Artistas viraram praticamente pontos de passagem pra chegar ao Forte dos Reis Magos. Como o nome indica, a edificação construída em forma poligonal está intimamente ligada à fundação da cidade. Situado na barra direita da foz do Rio Potengi, o acesso é feito por uma passarela. Nem joias, nem armas, a maior preciosidade do forte é o Marco de Touros, o primeiro documento histórico do país – o mais antigo marco da colonização portuguesa.
Forte dos Reis Magos, em Natal, no Rio Grande do Norte
Um dia e meio em Natal e nada de compras? Chegou o momento. Antiga prisão do século 19, encontra-se todo o tipo de artesanato potiguar nas dezenas de antigas celas do Centro de Turismo. Você enche as sacolas e ainda recebe o pôr do, sol como brinde – o Centro de Turismo fica na parte alta da cidade, com vista para as praia mais centrais e o Forte dos Reis Magos.
Com direito a uma animada esticada, a noite será toda reservada a Ponta Negra. Sucesso de crítica e público, o Camarões Potiguar usa elementos regionais na decoração e possui uma bonita vista para a praia. Satisfazendo os comensais, o crustáceo aparece em 11 pratos principais. Adeptos das receitas tradicionais podem optar pelo infalível camarão à grega ou o camarão no abacaxi. Quem não dispensa novos sabores e combinações podem apostar no camarão ao Seridó, refogado com manteiga de garrafa e servido com arroz de leite e quijo coalho.
O trecho do bairro conhecido como Alto da Ponta Negra concentra bares e boates. Lá, você pode comer uma tapioca na Casa de Taipa, curtir ótimas bandas de blues e rock no Taverna Pub Medieval (localizado dentro do inusitado e famosíssimo Lua Cheia Hostel), ou dançar até se acabar no Rasta Pé.
Para quem tem mais dias
– Faça uma trilha no Parque das Dunas de Natal. A caminhada sai da sede do parque e segue pelos montes de areia até à Via Costeira.
– Almoce no Mangai e viva uma grande experiência em comida nordestina – mais de 50 receitas são expostas no bufê.
– Caminhe pelo Centro Histórico de Natal e descubra palácios e as obras do folclorista Luís da Câmara Cascudo.
– Embarque em uma escuna tendo como destino as piscinas naturais de Pirangi do Norte.
– Faça um bate-volta até Tibau do Sul e Praia da Pipa, com direito a muitas falésias e observação de golfinhos.
– Passe um dia mergulhando nos parrachos de Maracajaú.
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